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Parceria entre países pode gerar dois bilhões de doses de vacina contra Covid-19

Por Andre
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GENEBRA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a competição global por vacinas contra o novo coronavírus pode levar ao encarecimento da imunização.

Segundo a agência, esse problema pode ser resolvido com a cooperação de todos os países numa plataforma para acesso universal.

Falando a jornalistas em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, afirmou que a cooperação “é do interesse de todos os países, mesmo daqueles que investiram em fabricantes de forma independente.”

Na semana passada, Tedros enviou uma carta a todos os Estados-membros pedindo que se juntassem ao departamento do Acelerador Act dedicado a vacinas, chamado Covax.

Nesse momento, 172 países estão em conversações para participar na iniciativa, que tem o maior e mais diversificado portfólio de vacinas do mundo, incluindo nove candidatas e outras nove em processo de avaliação.

O Covax também está em discussões com mais quatro produtores.

Até o momento, 80 nações com capacidade de autofinanciamento mostraram interesse em aderir. Dos 43 que aceitaram divulgar seu nome, encontram-se Brasil e Portugal.

A iniciativa deve apoiar depois a vacinação em 92 economias de baixa e média rendas. A lista foi aprovada em junho e inclui Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Segundo Tedros Ghebreyesus, este mecanismo é fundamental para garantir que, quando for encontrada uma vacina segura e eficaz, todos os países tenham acesso, de uma forma coordenada.

Se isso não acontecer, o chefe da OMS diz que pode ter lugar “uma pandemia prolongada, já que apenas um pequeno número de países obteria a maior parte do suprimento.”

Segundo ele, “o nacionalismo de vacinas apenas ajuda o vírus.”

Governos, fabricantes de vacinas, organizações e indivíduos já investiram US$ 1,4 bilhão pesquisa sobre vacinas, mas são necessários mais US$ 1 bilhão urgentemente.

O mundo já investiu US$ 12 trilhões para estimular suas economias, mas Tedros disse que “investir no Covax é a maneira mais rápida de acabar com esta pandemia e garantir uma recuperação econômica sustentável.”


Tedros Ghebreyesus explicou depois como as vacinas serão distribuídas.

Segundo ele, inicialmente, quando existir um fornecimento limitado, “é importante fornecer a vacina para aqueles que correm maior risco em todo o mundo.”

Isso inclui os profissionais de saúde, porque estão na linha de frente e são essenciais para salvar vidas e estabilizar o sistema de saúde em geral. Também integra pessoas com mais de 65 anos e aquelas com doenças que as colocam em maior risco.

À medida que a oferta aumenta, a distribuição será expandida com base em uma avaliação da vulnerabilidade de cada país.

Nesse momento, várias vacinas estão na fase final de testes. A OMS espera “ter várias candidatas bem-sucedidas que sejam seguras e eficazes.”

O objetivo é distribuir pelo menos 2 bilhões de doses até o final de 2021.

Enquanto esse recurso não está disponível, a OMS continua a informar sobre as ferramentas disponíveis.

Para Tedros, “comunicar desafios e soluções foi e continuará a ser a chave para acabar com esta pandemia.”

Até o momento, mais de 4 milhões de pessoas se inscreveram nos cursos de treinamento da agência. A OMS também fechou uma parceria com a Federação Mundial de Jornalistas de Ciência para ajudar a comunicar os novos desenvolvimentos sobre a pandemia.

Mais de 9 mil jornalistas, de 162 países, também participaram em um curso online para jornalistas, que está disponível em várias línguas, incluindo português.

A OMS pediu ainda que crianças maiores de 12 anos usem máscaras faciais para ajudar a travar a propagação da pandemia do coronavírus. Os menores com idades entre seis e 11 anos devem cumprir a medida “em uma abordagem baseada no risco”.

A agência aconselha, em particular, que as crianças mais velhas usem máscaras quando a distância de um metro não poder ser garantida.

De acordo com as orientações publicadas pela OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, em caso de crianças entre seis e 11 anos uma série de fatores devem ser avaliados, incluindo a intensidade da transmissão na área e a capacidade da criança de usar a máscara.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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