NOVA IORQUE
Nesta segunda-feira, dia 29, as Nações Unidas (ONU) marcam o Dia Internacional contra os Testes Nucleares. Neste ano, a data acontece poucos dias após o encerramento da 10ª Conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a data representa um reconhecimento global dos danos catastróficos e persistentes causados em nome da corrida armamentista nuclear.
Sofrimento
Ele adiciona que a ocasião lembra aqueles que sofreram por causa da “loucura da intemperança atômica”. Guterres ainda afirma que a data é um alarme para o mundo colocar em prática uma proibição legalmente vinculante de todos os testes nucleares.
Segundo o chefe da ONU, com os riscos nucleares atingindo novos patamares, é necessário que o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares entre em pleno vigor, sustentado por um sistema de verificação eficaz.
Ele destaca que as armas nucleares não devem ter lugar no mundo, os armamentos não garantem vitória ou segurança. Segundo Guterres, o único resultado é a destruição.
O líder das Nações Unidas avalia que o mundo foi refém desses “dispositivos da morte” por tempo suficiente. Neste dia, ele pede que todos tomem ações pela saúde e sobrevivência das pessoas e do planeta.
Consequências nucleares
O dia internacional foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral em 2009. O texto foi iniciado pelo Cazaquistão, com um grande número de patrocinadores e co-patrocinadores, e visava comemorar a data do fechamento do local de Testes Nucleares de Semipalatinsk, em 1991.
A resolução pede pela conscientização e educação “sobre os efeitos das explosões de testes de armas nucleares ou quaisquer outras explosões nucleares e a necessidade de sua cessação como um dos meios de alcançar o objetivo de um mundo livre de armas nucleares”.
O principal mecanismo para erradicar os testes de armas nucleares é o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, o Ctbt. Ele foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1996. Até o momento, 185 países assinaram o tratado e 170 o ratificaram. Para que o documento entre em vigor, deve ser confirmado pelos Estados com capacidades nucleares significativas.
O secretário-geral da ONU vem destacando em seus discursos sobre o assunto o risco crescente de uma catástrofe nuclear. Para ele, as nações detentoras de armamento devem se comprometer em “não usar primeiro”, bem como se absterem totalmente do uso e de fazer ameaças, especialmente a países não detentores.
O chefe das Nações Unidas adiciona que a ameaça nuclear está mais uma vez em ascensão. Por isso, ele acredita que a proibição total dos testes nucleares é um passo essencial para impedir a melhoria qualitativa e quantitativa das armas nucleares e para alcançar o desarmamento nuclear.
* Silas Avila Junior – Editor internacional