NOVA IORQUE
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou o lançamento da iniciativa ONU 80, um projeto de reformas para tornar a organização mais eficiente, transparente e preparada para os desafios do século 21. Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (12), ele destacou que a meta é ambiciosa e busca dinamizar o funcionamento da ONU, garantindo maior descentralização e transparência.
Desde o início de seu mandato, em 2017, Guterres tem priorizado a modernização da entidade, aproveitando avanços digitais para otimizar operações. Segundo ele, o orçamento da ONU não deve ser visto apenas como números, mas como um fator essencial para salvar vidas. O lançamento da iniciativa coincide com o 80º aniversário da organização e ocorre em um momento de crescente demanda por ações de paz, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.
Crise financeira e reformas estruturais
O líder da ONU mencionou a crise de liquidez iniciada há sete anos, causada pelo atraso e não pagamento de contribuições por países-membros. Para enfrentar esse cenário, foi criado um Grupo de Trabalho interno, liderado pelo subsecretário-geral Guy Ryder, que apresentará propostas à Assembleia Geral. As sugestões abordarão três áreas: aumento da eficiência, revisão de mandatos e reformulação estrutural do sistema das Nações Unidas.
Cessar-fogo na Ucrânia e mudanças nos EUA
Questionado sobre a situação na Ucrânia, Guterres declarou que um cessar-fogo é bem-vindo, desde que leve à paz com base na Carta da ONU e nas resoluções internacionais. Ele também negou qualquer relação entre a iniciativa ONU 80 e as reformas administrativas em curso nos Estados Unidos, destacando que as mudanças na ONU já estavam em andamento.
O secretário-geral mencionou que algumas operações, como o Programa das Nações Unidas para a População (Unfpa), serão transferidas para Nairóbi, com parte do Unicef. Ele alertou que o principal risco é para as pessoas que dependem da ajuda humanitária da ONU, muitas das quais enfrentam doenças como malária e HIV/Aids.
Por fim, Guterres reforçou o apelo para que todos os países-membros paguem suas contribuições integralmente e dentro do prazo, garantindo o funcionamento da organização.
* Luciano R. Pançardes – Editor-chefe