Mãe da madrasta que matou criança em Porto Real não foi julgada; ela está internada com câncer

Por Mônica Vieira

PORTO REAL 

O Conselho de Sentença do III Tribunal do Júri da Capital condenou na terça-feira, dia 5, Gilmara Oliveira de Faria e Brena Luane Barbosa Nunes a 57 anos, nove meses e dez dias de reclusão em regime fechado. Elas são acusadas de torturar até a morte Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de seis anos, em abril de 2021, em Porto Real. Segundo apurado pelo A VOZ DA CIDADE, a mãe da Brena, que na ocasião foi acusada de omissão de socorro, ainda não foi julgada. Ela está internada em um hospital de Volta Redonda, onde faz tratamento contra um câncer. 

A mulher está desde outubro internada no Hospital Regional e por isso, a Justiça decidiu pelo desmembramento do processo, já que a mesma não se encontra em condições e nem apta a comparecer ao julgamento diante do seu estado de saúde.  

O juiz do caso, presidente do III Tribunal do Júri da Capital, juiz Cariel Bezerra Patriota explicou que a medida é adequada para assegurar direito da ré de ampla defesa. 

Sobre a mãe e a madrasta na menina Ketelen Vitória, o juiz disse que: “A morte de uma criança de apenas seis anos não se resume a um ato isolado de homicídio. Trata-se de um ato de extrema perversidade que transcende os limites da compreensão humana. A tenra idade da vítima, uma criança inocente e vulnerável, é um fator que exige uma avaliação negativa das consequências do crime. Se tomada, por exemplo, a expectativa de vida da mulher no Brasil (de 79 anos), a ré ceifou, no mínimo, 73 anos de vida da vítima”, ressaltou o  juiz Cariel Bezerra Patriota. 

A menina, filha de Gilmara e enteada de Brena, chegou a ser socorrida e hospitalizada em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos. 

Segundo com denúncia, durante três dias seguidos, a dupla efetuou sessões de agressões contra a vítima, consistentes em socos, chutes, arremessos contra a parede, pisões, chicoteadas e arremesso num barranco de aproximadamente sete metros de altura. 

Ele foi encaminhada para um hospital de Resende, onde morreu. 

As defesas das três, até a publicação desta reportagem, não de manifestaram. 

SENTIMENTO DE ÓDIO 

Na ocasião da morte da criança, o A VOZ DA CIDADE conversou com o pai da menina, que preferiu não se identificar. “Meu sentimento é de muito ódio e de revolta. Ela poderia ter deixado a minha filha comigo, assim como chegou a ficar. Não acreditei quando fui informado que a minha filha estava internada correndo risco de morte após ter sido covardemente agredida”, disse. 

O pai da menina explicou ainda, na época, que foi casado por seis anos com a mulher e que há nove meses [referente a data do crime], estavam separados. Disse que morava em Japeri, no Rio de Janeiro, onde a ex-mulher também chegou a morar com a criança. Logo que se separaram, a menina chegou a morar com a avó paterna, mas a mãe, que possui deficiência física em um lado do corpo (tendo inclusive uma perna menor do que a outra), saiu da cidade e pediu para levar a filha dizendo que iria em Porto Real resolver questões de sua aposentadoria. “Mas ela sumiu por um tempo. Cancelou as redes sociais e não tinha celular”, disse o pai. 

Questionado pelo A VOZ DA CIIDADE na ocasião se ele não desconfiou do desaparecimento, ele explicou que a ex-mulher era uma boa mãe, que sempre foi atenciosa e que nunca lhe passou pela cabeça que isso pudesse acontecer.

Após o fato, o caso passou a ser investigado pela equipe da 100ª Delegacia de Polícia (DP).

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