VOLTA REDONDA
Após dez meses de luta, a comerciante Alessandra Aparecida Paulino, conhecida como Dona Chica, com o apoio da família e a solidariedade da sociedade organizada, conquistou o direito de sepultar o filho. Jonathan Gilberto Paulino, 34, anos, que morava em Volta Redonda. Ele foi encontrado morto no Rio Paraíba do Sul, à época reconhecido pela própria mãe, no entanto, foi enterrado como indigente.
Jonathan desapareceu de casa, no bairro Niterói, no dia 19 de dezembro de 2023 e no dia 23 ela reconheceu o corpo dele que apareceu boiando na represa em Barra do Piraí. Dona Chica informou que, no mesmo dia em que ela reconheceu o filho boiando, através de reportagens, o outro filho foi até o Instituto Médico Legal (IML) de Volta Redonda, no bairro Três Poços, mas não reconheceu, pois alegou que o Jonathan havia saído de casa com uma blusa rosa e pessoa morta encontrada estava de blusa preta.
Ainda segundo a mãe, ele teria voltado em sua residência no dia em que desapareceu e trocado de roupa, não sendo mais visto desde então. “No dia, o perito que estava no IML atendeu o meu outro filho, mas até agora não entendi porque ele não reconheceu o irmão. No mesmo dia recebemos uma mensagem de que não era ele, pois não era compatível”, contou, lembrando que mesmo assim ela não desistiu e segue garantindo que aquele corpo que ela viu na reportagem era sim, do filho dela.
Confiante de que iria conseguir identificá-lo, Dona Chica decidiu ir pessoalmente ao IML no dia seguinte e nos outros dias direto. “Lá, todos os dias a procura do meu filho, eu ouvia somente que não tinha ninguém com as características dele e ninguém tinha sido enterrado como dirigente lá”, explicou a mãe, ressaltando que jamais desistiu. Por isso, passando três meses e dois dias, ela retornou ao IML, mas desta vez com a foto do corpo encontrado boiando e falou com alguém no local. “O rapaz que me atendeu pegou a foto, procurou afundo e conseguiu localizar o corpo do meu filho, só que ele já havia sido enterrado como indigente em Barra do Piraí”, contou.
Nesta sexta-feira, dia 18, Dona Chica acompanhada da advogada Vanessa Terrade, do Núcleo de Práticas Jurídica da UFF, da professora Juliana, ligada ao SEPE e do representante do Movimento Ética na Política, (MEP), o Zezinho, recebeu na 93ª DP, das mãos do delegado titular, José Carlos Neto, o Laudo do Departamento de Polícia Técnica-Científica do Estado do Rio de Janeiro, confirmando a identidade do Jonatham, bem como a certidão de óbito. O corpo do cemitério de Vargem Alegre, BP, consta no documento com o DNA.
No misto de alívio, emocionada Dona Chica agradeceu o delegado e todos que ficaram do lado dela e informou que para semana fará os trâmites legais para o sepultamento digno do filho. “Perdi meu filho duas vezes, não quero isso para ninguém”, disse.