SUL FLUMINENSE
Em pesquisa realizada pelo A VOZ DA CIDADE no Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro foi computado que, somente em 2019 as delegacias da região Sul Fluminense registraram 346 homicídios dolosos, que são aqueles quando o autor tira a vida da outra pessoa intencionalmente. Angra dos Reis e Volta Redonda estão em primeiro lugar no ranking destes crimes. Já Rio das Flores, por mais um ano, comparado ao anterior, não teve nenhuma morte que se enquadra a essa estatística, assim como em outros dois municípios da região.
Em Paracambi foram sete mortes; Barra do Piraí 15; Resende 31; Barra Mansa 40; Valença três; Rio das Flores, conforme dito anteriormente, nenhuma, assim como Mendes e Engenheiro Paulo de Frontin; Volta Redonda, em segundo lugar com 82 mortes; Piraí quatro; Vassouras três; Miguel Pereira dez; Itatiaia oito; Porto Real, Pinheiral e Paraíba do Sul seis (cada); Sapucaia uma; Mangaratiba dez; Angra dos Reis, em primeiro lugar, com 89; Paraty dez casos e Rio Claro cinco mortes.
TRÁFICO
Ao A VOZ DA CIDADE o delegado titular da 93ª Delegacia de Polícia (DP) de Volta Redonda, Wellington Vieira, atribuiu esse número em cerca de 72% dos casos relacionados ao tráfico de drogas. Sendo “a maioria já solucionado”, disse. “A Polícia Civil mantém alto índice de elucidação e conta com a participação da população com o fornecimento de informações por meio do Teia Invisível, no 197”, explica o delegado, que pede aos moradores que continuem contribuindo com o trabalho da equipe neste e em outros âmbitos.
Crime ocorrido em Barra Mansa em 2019 – Mônica Vieira
CIDADE PACATA
Já delegado titular de Rio das Flores (92ª Delegacia de Polícia), Luciano Coelho, conversou com a nossa equipe sobre a cidade não ter registrado nenhuma morte (no caso de homicídio doloso). Ele atribui ao fato de se tratar de uma cidade pequena. “Mesmo sendo um lugar tranquilo e pacato, existem as instituições de segurança, como delegacia, Polícia Militar, Fórum, todos sempre presentes, que dão certa tranquilidade”, disse, explicando que ainda assim, existem alguns furtos e roubos a fazendas; usuários de drogas; tráfico de entorpecentes, o qual qualificou como ‘formiguinha’, vindo de Barra do Piraí, às vezes Minas Gerais, Três Rios, sem facção e sem disputa com armas: “O que facilita com que o homicídio seja taxa zero”, disse, explicando que há cinco anos na unidade, já acompanhou casos motivados pela emoção, como vingança. “Mas em relação a maioria dos municípios das grandes cidades hoje, como Angra, Volta Redonda, ocorrem por disputa de tráfico em área conflagrada. O que não temos”, completou.
O delegado lembra que Rio das Flores é uma cidade rural, com pessoas pacatas e com instituições eficientes, o que soma para que se tenha tal resultado positivo. “O bom seria que isso ocorresse nas demais”, frisou Luciano.
O delegado também é responsável pelo município de Valença, que registrou três homicídios dolosos. “Esses três, se não me engano, foram de tráfico”, aponta a autoridade. E que apesar de ser considerada de pequeno porte, ela já conta com uns 70 a 80 mil habitantes.
O delegado atribui, ainda, a baixa criminalidade em Rio das Flores e Valença ao trabalho eficiente, em conjunto, da Polícia Civil, Polícia Militar, judiciário e da Guarda Municipal. “Nosso comprometimento e parceria é em manter esse nível bom. Se não existe tráfico é porque não deixamos crescer a bandidagem, pois se eles perceberem que ali é um campo fértil, eles vão montar uma boca e vão de arma. Então nas primeiras noticias, há uma investigação e uma apuração para evitar que isso aconteça”, finaliza o delegado Luciano Coelho.
Outro caso registrado em Barra Mansa no ano passado – Fábio Guimas
PRINCIPAIS CRIMES REGISTRARAM QUEDA NO ESTADO EM 2019
O ano de 2019 apresentou o menor valor de homicídios dolosos e latrocínios desde 1991, segundo o ISP.
Os crimes violentos letais intencionais – que incluem homicídio doloso, roubo seguido de morte e lesão corporal seguida de morte – registraram queda de 20% em 2019 no estado do Rio de Janeiro. Foram 4.154 vítimas em 2019 contra 5.180 em 2018. Este foi o menor número para o período nos últimos 20 anos. Na comparação mensal com dezembro de 2018, o recuo foi de 7%.
Os homicídios dolosos caíram 19% em 2019 quando comparados com o ano de 2018. Foram 3.995 vítimas no ano passado e 4.950 em 2018. Esse é o menor número de vítimas para o acumulado do ano desde o início da série histórica, em 1991. Na comparação com dezembro de 2018, o declínio foi de 6%.
Os roubos seguidos de morte (latrocínio) registraram diminuição de 34% entre janeiro e dezembro de 2019, quando comparado com o mesmo período de2018. Em 2019, foram 115 vítimas, o menor para o período desde 1991.
O número de policiais civis e militares mortos em serviço atingiu o menor número desde 2015: foram 22 policiais mortos em 2019.
Já as mortes por intervenção de agente do Estado recuaram pelo quinto mês seguido no ano: 195 casos em julho, 173 em agosto, 154 em setembro, 144 em outubro, 135 em novembro e 124 em dezembro. Na comparação com o ano de 2018, o indicador apresentou um aumento de 18%.
ANGRA E VOLTA REDONDA SEGUEM NAS PRIMEIRAS COLOCAÇÕES ESTE ANO
Ainda segundo o levantamento feito pelo A VOZ DA CIDADE no ISP, Angra dos Reis e Volta Redonda, neste ano de 2020, seguem em primeiro e segundo lugar no ranking, ainda respectivamente.
Em janeiro deste ano, Barra do Piraí registrou dois homicídios dolosos; Resende sete; Barra Mansa um; Valença um; Volta Redonda nove; Piraí, Vassouras, Rio das Flores, Porto Real, Paraty, Rio Claro, Sapucaia, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin, nenhum; Itatiaia três; Pinheiral também três; Mangaratiba um; Angra 12 e Paraty três.
