BARRA MANSA
No dia 18 deste mês, Dia da Luta Antimanicomial, o prefeito Rodrigo Drable sancionará o projeto de lei que cria o Centro de Convivência Cultural Cidade do Inconsciente. A medida foi aprovada pela Câmara de Vereadores recentemente. A elaboração foi da Fundação Cultura e da Coordenação da Saúde Mental, vinculada à Secretaria de Saúde, por meio do CAPS Estação Mental. O vereador Jefferson Mamede foi quem deu entrada no projeto no Legislativo.
O centro de convivência não terá uma estrutura física, mas criaria em lei o Programa de Convivência Assistida e Atenção Psicossocial de Barra Mansa, com atividades no Calçadão Dama do Samba Paula de Jesus Francisco, passando pelo Palácio Barão de Guapy, Corredor Cultural Luiz Paulo Pereira de Paiva, Parque Centenário, até a Estação das Artes.
O presidente da Fundação Cultura, Marcelo Bravo, explicou que são ações ao ar livre que já acontecem na cidade. “As atividades acontecem no campo cultural e agora vamos desdobrar em atividades ambientais e esportivas. Já existem aulas de capoeira no Corredor Cultural, oficina de leitura na Biblioteca, caminhada na Beira Rio e Parque Centenário. Queremos sinalizar para a cidade que estamos reconhecendo que o local da terapia e inteiração deve ser também extramuros. Esse é o princípio da Reforma Psiquiátrica no Brasil e no mundo, que foge de manicômios”, destacou Bravo.
De acordo com ele, com esse reconhecimento dos programas de terapias existentes, outros novos podem ser fomentados. Isso faz com que sejam gerados indicadores e estatísticas que mapeiam o atendimento nos Caps, o que pode resultar em emendas ou recursos específicos da União, por exemplo.
A técnica em Saúde Mental, uma das responsáveis pelas atividades do CAPS, Vivian Fonseca, destacou que a Lei do Centro de Convivência Cidade do Inconsciente é um marco no Programa de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. “A lei permite que os grupos e oficinas terapêuticas que surgiram no CAPS nos últimos anos possam continuar acontecendo para além do tempo e pessoas. É uma lei que funda o Programa de Convivência Assistida que se alinha a Reforma Psiquiátrica Brasileira, que continua resistindo e construindo novos caminhos para o tratamento de grandes sofrimentos psíquicos”, destacou.
Augusto Hernandes é professor de capoeira do Grupo Guardiões do Quilombo e presidente do Conselho Municipal de Cultura. Ele destacou que fazer parte dessa ação com capoeira é um grande aprendizado. “A capoeira é uma cultura de múltiplas linguagens e todos os elementos oferecem oportunidades de desenvolvimento e conexão com o mundo. A música, os movimentos, os instrumentos e os signos da capoeira despertam diferentes canais expressivos que comunicam e permitem um grande desenvolvimento no processo terapêutico”, disse.
FESTIVAL
No dia da sanção da lei pelo prefeito Rodrigo Drable, está programada a realização de um grande festival intitulado Cidade do Inconsciente. Há a presença confirmada de 12 cidades da região, com previsão de participação de 400 pessoas.