DOHA/NOVA IORQUE
O Irã lançou nesta segunda-feira, dia 23, uma ofensiva de mísseis contra a Al Udeid Air Base, principal base aérea dos Estados Unidos no Oriente Médio, localizada no Qatar. O ataque também atingiu instalações militares nos arredores do Iraque. A ação foi reivindicada pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) como resposta direta aos bombardeios americanos contra centros nucleares iranianos realizados no fim de semana.
Explosões foram ouvidas na capital Doha, a poucos quilômetros da base, que abriga cerca de 10 mil militares e é sede do Comando Central dos EUA (CENTCOM). O governo do Qatar informou que seus sistemas de defesa interceptaram todos os projéteis e que não houve vítimas nem danos significativos. Como medida preventiva, o espaço aéreo do país foi temporariamente fechado.
Em nota oficial, o IRGC classificou a ofensiva como “devastadora e poderosa”, afirmando que a quantidade de mísseis disparados corresponde à das bombas lançadas pelos EUA contra o Irã. A entidade ressaltou que os alvos estavam afastados de áreas civis e que a ação foi planejada para evitar risco à população local.
Após o ataque, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi visto reunido com a equipe de segurança nacional. A embaixada americana emitiu alerta de segurança, recomendando que cidadãos dos EUA e do Reino Unido buscassem abrigo em locais seguros.
O Qatar condenou o ataque e exaltou a eficiência de seus sistemas antiaéreos. Outros países da região, como Emirados Árabes Unidos e Bahrein, também decidiram suspender temporariamente seus voos e fechar seus espaços aéreos.
O episódio marca um novo capítulo na crescente tensão entre Irã, Estados Unidos e Israel. Especialistas apontam que a ofensiva iraniana teve o objetivo de demonstrar força sem escalar o conflito a níveis mais letais, ao evitar alvos civis.
O Pentágono elevou o nível de alerta nas bases americanas no Oriente Médio e iniciou a redistribuição de equipamentos mais vulneráveis, diante da possibilidade de novos ataques nos próximos dias. A comunidade internacional acompanha com preocupação o risco de o confronto evoluir para uma guerra aberta na região.
*Silas Avila Jr. – Correspondente internacional