SÃO PAULO
O candidato a presidente pelo PT, Fernando Haddad, chamou hoje de “tentativa de fraude eleitoral” as denúncias publicadas sobre a suposta existência de um grupo de empresários que financia o envio em massa de mensagens falsas via WhatsApp. A denúncia foi a manchete da Folha de São Paulo de hoje. “O que está hoje nos jornais não são indícios de que houve crime, são provas. Não é um problema moral (apenas), é crime. É penal”, disse. O candidato do PT disse que vai apresentar denúncias à Polícia Federal e à Justiça Eleitoral para que sejam tomadas as providências.
Haddad estava em um evento com vários juristas, como Paulo Sérgio Pinheiro, Cláudio Mariz de Oliveira, Dora Cavalcanti, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e José Carlos Dias que lançaram uma moção de apoio com mais de 1,5 mil assinaturas ao candidato. No seu discurso o candidato do PT detalhou as informações publicadas na imprensa. “Por meio de caixa 2, eles resolveram financiar uma campanha de difamação, de inverdades. Todas as mensagens do WhatsApp foram direcionadas a minha pessoa, com inverdades a meu respeito e a minha família. Eu acho extremamente grave. Eu nunca tinha visto isso acontecer nas campanhas eleitorais”, contou.
Nas redes sociais, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, não se manifestou sobre as informações publicadas ontem na imprensa.
A reportagem publicada informa que empresas estão contratando o serviço de disparo de mensagens por aplicativo de celular com contratos que podem chegar a R$ 12 milhões. O serviço, segundo o jornal, se vale da utilização de números no exterior para enviar centenas de milhões de mensagens, burlando as restrições que o WhatsApp impõe a usuários brasileiros.
As atividades envolvem o uso de cadastros vendidos de forma irregular. A legislação eleitoral só permite o uso de listas elaboradas voluntariamente pelas próprias campanhas. O financiamento empresarial de campanha também é proibido.
Para Haddad, a difusão de mensagens falsas seria a responsável pelo crescimento das intenções de voto a favor de Jair Bolsonaro (PSL). “Eu temo que a Justiça Eleitoral, inibida pela violência, que a imprensa, inibida pela violência, não cumpra as suas funções constitucionais”, disse.
PDT pedirá nulidade das eleições
Hoje o PDT anunciou que pedirá a nulidade das eleições presidenciais por conta da denúncia publicada no jornal Folha de São Paulo, de que empresas estariam comprando pacotes de divulgação em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp. O formado da ação estava sendo definido pelo presidente do PDT, Carlos Lupi. O candidato do partido Ciro Gomes, ficou em terceiro colocado no primeiro turno.