BARRA MANSA
Muito já se sabe sobre os benefícios dos exercícios físicos: bem-estar, melhora no sono e na alimentação. Mas, alguns especialistas informam que exercícios regulares eliminam o excesso de lipídios que circulam no sangue, molécula que alimenta o desenvolvimento do câncer, e auxilia na redução da formação de vasos ao redor do nódulo, que servem para abastecê-lo de sangue.
Segundo uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports, do grupo Nature, uma em cada dez mortes por câncer de mama no Brasil poderia ser evitada com a prática regular de atividade física. A pesquisa teve a colaboração do Ministério da Saúde. Segundo a pesquisa, 2.075 mortes poderiam ter sido evitadas em 2015 se as pacientes tivessem realizado algum tipo de exercício de carga moderada. A atividade, aliás, não só ajuda a evitar o câncer de mama, mas, quando feita durante o tratamento, melhora o prognóstico das pacientes com a doença.
Um dos fatores que causa o câncer de mama é o excesso de hormônios circulantes no organismo, especialmente o estrogênio. O exercício físico ajuda a reduzir as concentrações de estrogênio e também de insulina e leptina, que é liberada pelo tecido adiposo e já foi associada ao câncer de mama. O exercício também aumenta a quantidade de substâncias anti-inflamatórias.
Além da inatividade física, outros fatores têm impacto sobre as mortes por câncer de mama: 6,5% delas são atribuídas ao uso de álcool, a um alto Índice Alto De Massa Corporal (IMC) e a uma dieta rica em açúcar. Sozinho, o sedentarismo é responsável por 12% delas e é o principal fator de risco. Os exercícios físicos podem estar presentes em todos os estágios quando o assunto é câncer de mama. Na prevenção, ajudam a manter uma rotina ativa, saudável e a regular o peso.
De acordo com a personal especialista em reabilitação e emagrecimento, Isabella Guimarães Machado, a atividade física aumenta a imunidade e diminuiu tecido adiposo (gordura). “As células de gordura produzem progesterona, que é muito encontrado nas glândulas mamárias, e quanto mais gordura mais progesterona, esse fator serve de alimento para as glândulas cancerígenas. A atividade física de moderada a intensa ajudaria bastante na prevenção do câncer de mama devido ao alto gasto calórico. O ideal são atividades de alta intensidade como corrida, funcional, musculação e algumas artes marciais”, destaca, informando que a frequência ideal será de uma hora por dia, durante quatro ou cinco dias por semana.
Durante o tratamento, pesquisas científicas apontam que melhoram o funcionamento do corpo, diminuem a sensação de fadiga causada pela quimioterapia, diminuem a ansiedade e aumentam a autoestima. Além disso, também ajudam a manter a composição corporal adequada, diminuindo a perda de massa muscular e mantendo o coração em bom funcionamento.
Após o tratamento, depois de ter passado por tantas dificuldades e mudanças, o esporte se torna um aliado na recuperação não só do corpo, mas também da autoconfiança. Para completar os benefícios, a prática física durante e após o tratamento pode diminuir o risco de recorrência da doença.
Sobre o câncer de mama
É uma doença causada pela multiplicação de células anormais na mama, formando um tumor. Ele é o tipo de câncer mais comum no mundo e no Brasil entre mulheres, depois do de pele. Também acomete homens, mas representa apenas 1% dos casos. O ideal é fazer o autoexame sempre que você se sentir confortável e estar com os exames preventivos em dia. Os dois exames são essenciais e não excluem um ao outro. O autoexame permite que a mulher conheça seu próprio corpo e reconheça qualquer diferença, mas detecta nódulos maiores. A mamografia é mais precisa, sendo capaz de identificar tumores a partir de 2 a 3 mm.
Sinais e sintomas
É sempre muito importante conhecer seu próprio corpo e observá-lo. Ao notar qualquer diferença, vale procurar um médico. Os principais sinais e sintomas são: Nódulo endurecido e, geralmente, indolor; Alterações nos mamilos; Pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
Saída espontânea de líquido dos mamilos; Nódulos na região da axila ou pescoço.