ANGRA DOS REIS
Pelo menos 22 processos trabalhistas estão tramitando no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região contra as empresas de Renato Araújo, pré-candidato a prefeito de Angra dos Reis pelo PL, ou administradas por ele. Somadas, as ações chegam a mais de R$ 1,6 milhão. Os motivos são diversos: pessoas que trabalharam nas empresas estão cobrando direitos, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), horas extras, vale-transporte, verbas rescisórias, pagamento de feriado, dentre outros.
Os valores das causas variam de R$ 6,1 mil a R$ 258,4 mil. Todos os valores foram consultados pelo A VOZ DA CIDADE. O total chegou a R$ 1.638.944,57.
Os processos são, na maioria, movidos contra a empresa TN de Souza Comércio, Serviços e Construções – Eireli, nome fantasia da Bravo, Serviços Comércio e Construções. Essa empresa estaria registrada em nome da esposa de Renato Araújo. No ano de 2020, no dia 28 de abril, segundo certidão de procuração que o jornal teve acesso, ela o nomeou para gerir e administrar a empresa.
Dos 22 processos, 11 estão tramitando em varas do Rio de Janeiro, dez em Angra e um em Itaguaí.
Um desses processos, com 160 páginas, está sendo movido desde 2016. O trabalhador da empresa moveu a ação devido a constantes atrasos no pagamento de salário por mais de 30 dias, não recebimento de 13º salário e férias, além do não recolhimento de contribuições previdenciárias. O homem, que terá o nome ocultado pela reportagem, informou que tentou várias vezes reclamar os direitos, sem sucesso, e por isso informou a rescisão indireta da empresa neste ano. Ele contou que havia uma jornada de trabalho imposta pela empresa, na qual, sem o horário de almoço, trabalhava nove horas por dia, perfazendo 500 horas extras no período em que trabalhou.
Esse processo teve trânsito em julgado e até hoje tramita na Justiça. Por diversas vezes, o oficial de justiça tentou cumprir a sentença, que em 2017 já tinha um valor total de R$ 50.440,94.
Outro homem, em 2023, moveu processo contra a Bravo Construções, no valor de R$ 258,4 mil. O jornal também ocultará seu nome. Contou que é morador do Rio de Janeiro e trabalhou em uma construção na capital, debaixo de chuva, com EPIs fora do padrão. Apesar da promessa de carteira assinada e rescisão, não conseguiu receber até hoje. “Além de tudo isso, entrei com um pedido de ajuda de custo a uma funcionária da empresa no valor de R$ 120 para comprar remédio para meu filho autista e não consegui. Uma semana depois, ele morreu. Renato Araújo não é quem vocês pensam que é. Cuidado, porque quatro anos não são quatro dias nem quatro horas”, disse.
Todos os processos contra a empresa na Justiça do Trabalho podem ser consultados pelo CNPJ 27.531.925/0001-15 no link tinyurl.com/4twkafm2.
CONTATO
Durante dois dias o A VOZ DA CIDADE tentou entrar em contato com Renato Araújo por meio de um contato. Nenhuma resposta foi dada. O jornal está aberto para qualquer posicionamento.