BARRA MANSA
Antes do recesso e depois de um ano difícil, a festa da firma surge como a válvula de escape para todas as frustrações e felicidades. Sempre acostumados a ver a mesma turma em um ambiente de trabalho, com a cabeça repleta de preocupações e projetos, metas e problemas, os funcionários esperam, mesmo sem admitir, o momento de libertação e bebida paga no cartão da empresa: um happy hour prolongado.
De acordo com a coach Wanda Elizabete, por mais liberal que a sua empresa seja, você ainda está em uma festa com outros funcionários. “E lá está seu chefe, com companheiros visando ganhar uma promoção, colegas do mesmo andar já compromissadas e de aliança no dedo. Então, como preparar o seu cérebro para essa confusão etílica e profissional sem virar um chato antissocial ou um bêbado que põe tudo a perder? É tudo questão de equilíbrio. A frase ‘pensar no que não gostaria que fizessem comigo se aplica nesta ocasião’”, destaca.
As estatísticas provam que, na verdade, o esperado é que pelo menos um a cada três funcionários passe vergonha na festa de fim de ano. E o envolvimento do álcool nem sempre é necessário, como afirma a pesquisa conduzida pela empresa de marketing OnePoll em parceria com o site de planejamento social Evite. “E fica fácil imaginar o motivo, afinal, o conjunto da obra é a receita perfeita para algum vexame acontecer: bebida liberada, clima de fim de ano, colegas de trabalho – com gênios bem diferentes – desentendimentos acumulados, sentimentos secretos e até brincadeiras que exigem uma intimidade além do ideal podem resultar em sinceridade demais.
DICAS
1-Garanta presença
Você pode não curtir tanto assim a galera do trabalho, ou ser mais tímido mesmo e não querer participar. Porém, de certa forma, a festa de confraternização é um agrado da empresa para manter os funcionários motivados e, se o seu grupo de trabalho não te ver lá, pode achar que você é esnobe e antipático. “Mesmo se você não estiver muito a fim de ir, vá e não fique só vinte minutinhos apenas para fazer o ‘social’. Aproveite pelo menos uma hora e, depois, quem sabe você não se empolga para ficar mais”, destaca a coach.
- Você está sendo observado
Sempre haverá alguém menos alcoolizado ou mais atento e, por isso, suas atitudes podem virar, sim, pauta para cancelar uma promoção. Pois é, o mundo ainda é quadrado e ambiente corporativo, mesmo com álcool, é ambiente corporativo. Mesmo se o seu colega subir no palco, tirar a camisa e todo mundo rir, não faça o mesmo. Você não sabe como as pessoas vão reagir, você não tem ideia de como a mente de cada um ali funciona e ambiente de trabalho é um grande oceano.
- Não é lugar para lavar roupa suja
Não espalhe fofoca sobre o comportamento dos outros depois da festa e também não aproveite o álcool para falar mal de outros funcionários na hora da festa. Seus colegas podem pensar: ‘se ele está falando mal desse cara agora, por que não falaria mal de mim para os outros?’. “A não ser que você tenha um grande amigo que, por sorte, trabalha no mesmo lugar, separar amizade de relação profissional ainda é uma boa pedida. Liberdade demais pode ser perigoso, sim”, avalia.
- Amigo secreto
Se for rolar amigo secreto, participe. Se existir lista de valores, participe. Se o valor for um pouco alto e ninguém iniciou uma discussão sobre o custo médio dos presentes, sugira algo mais em conta, mas não deixe de participar.
- Beijos
Na hora de ficar com alguém, tenha em mente: essa pessoa trabalha comigo. Eu realmente quero isso ou é o álcool falando? Provavelmente você já flerta com alguém no escritório e sabe que vai encontrar essa pessoa por lá. Se quiser beijar, seja discreto, e, de verdade: se ela não quiser, não force a barra.