O parlamentar faz um balanço dos trabalhos realizados nesse primeiro mandato e cita que é campeão de emendas destinadas à região
SUL FLUMINENSE
Tem início nesta terça-feira, 16, a campanha eleitoral. Durante 45 dias os agora candidatos poderão percorrer as cidades pedindo votos e aguardar o resultado no dia 2 de outubro. Em pré-campanha e agora em campanha, o jornal continua recebendo pessoas para o A VOZ ENTREVISTA, uma oportunidade aos que querem cargos públicos apresentarem suas propostas. Hoje, o entrevistado é o atual deputado federal, Delegado Antonio Furtado. Filiado ao União Brasil, tentará ser reeleito para seu segundo mandato na Câmara Federal. E afirmou que estará em todo Sul Fluminense falando sobre suas propostas e fazendo uma prestação de contas do que realizou com sua caixa de som e microfone. Para quem se lembra, era assim que Furtado se apresentou nas eleições de 2018.
Estreante na eleição para Câmara Federal, Furtado teve 104.211, foi o décimo melhor votado no Estado de 46 eleitos no Estado do Rio de Janeiro. E, o atual deputado acredita que isso aconteceu devido a seu trabalho como delegado de polícia, não só de repressão ao crime, mas também em ações preventivas, já que fez diversas palestras em escolas sobre drogas, lei Maria da Penha.
Delegado Antonio Furtado passou para o concurso da Polícia Civil quando tinha 36 anos. Desde os 21 anos é servidor público, já foi auxiliar da procuradoria, técnico judiciário juramentado, oficial de Justiça, delegado e agora deputado federal. Contou que sempre gostou da matéria de Direito Penal na faculdade. Durante três anos ficou se preparando para o concurso que estava para ser aberto. E passou em primeiro lugar. A primeira pessoa que contou foi sua mãe e ela logo desaprovou porque dizia que a polícia não era lugar para seu filho, Antonio da Luz Furtado. “Disse para ela que deveria estar feliz porque eu levaria os princípios e valores que aprendi em casa para que a polícia fosse respeitada como força amiga da sociedade”, disse. E foi isso que fez. Na primeira delegacia que atuou como delegado adjunto, em Copacabana, lembra que dava atenção a todos que o procuravam e as pessoas ficavam gratas, retornando para agradecer. Depois ainda trabalhou em outras duas delegacias do Rio, cidade que nasceu, antes de ser promovido a delegado titular de Volta Redonda.
Na cidade do Aço ficou por três anos e sete meses, quando foi transferido para Cachoeira de Macacu. Antes, aconteceu o Movimento Fica Furtado, onde cerca de 500 pessoas pediram para o então delegado continuar no município, além de um abaixo-assinado que solicitava sua permanência. “Isso me fez pensar pela primeira vez em política”, lembra. Não adiantou e ele foi transferido. Após quase um ano foi para Itaocara e depois se candidatou a vice-prefeito de Volta Redonda, na cidade que escolheu para permanecer mesmo trabalhando em municípios distantes. Na chapa de América Tereza, ficou na terceira colocação. Retornou para o trabalho na delegacia de Itaocara. Em 2017 assumiu em Pinheiral e ficou cerca de um ano. Foi transferido para Barra Mansa como adjunto e após três meses se licenciou para concorrer ao cargo de deputado federal.
Antonio Furtado contou que refletiu sobre a escolha do cargo, em um lugar onde poderia alterar a legislação penal em situações que viu na prática como delegado que podiam ser melhoradas. “Eu teria oportunidade de aperfeiçoar aquela legislação e foi isso que me moveu na disputa. E posso dizer que estou conseguindo esse sonho de realizar alterações em alguns pontos. Eu e deputados da Comissão de Segurança Pública conseguimos dar uma penalidade efetiva a crimes de maus tratos a animais. Antes as penas eram brandas e mesmo em flagrante não tinha prisão, a pessoa podia retornar para as ruas e matar gatos, cachorros. Conseguimos aprovar em 2019 a chamada Lei Sansão, que colocou o crime de maus tratos ou mortes de animais com uma pena de dois a cinco anos de prisão”, lembra, citando ainda a aprovação do crime de novo cangaço, que são bandidos que invadem cidades na madrugada, fazem pessoas de escudo e explodem caixas eletrônicos, como ocorreu nesse ano em Quatis. “A pena hoje pode variar de 20 a 40 anos de prisão, era bem menor”, conta.
Outra alteração que está sendo discutida em Brasília é o fim da ‘saidinha temporária’, que dá a possibilidade de presos condenados saírem em dias determinados (35 ao ano). “Se o cidadão de bem só tem 30 dias de férias, uma pessoa condenada não pode ter esse benefício para dar uma passeada e em muitos casos não voltar mais. Sempre me incomodou como delegado e na semana passada aprovamos o fim da saidinha e agora os senadores vão analisar”, diz.
VALORES DE EMENDAS DESTINADAS AO SUL FLUMINENSE
Durante a entrevista, o atual deputado federal e candidato informou que destinou ao Sul Fluminense mais de R$ 118 milhões em emendas parlamentares nesses três anos e oito meses de mandato. E aproveitou para fazer um comparativo. “De todos os deputados federais do Rio sou o campeão de recursos e emendas para a região. Para Volta Redonda enviei R$ 36 milhões para as mais diversas áreas, como segurança, pavimentação, saúde, educação. Somando todos os outros federais do Rio, foram enviados cerca de R$ 12 milhões. Em Barra Mansa aportei mais de R$ 16 milhões e os outros deputados juntos R$ 11 milhões. Rio Claro foram R$ 7 milhões e os outros parlamentares R$ 1,3 milhão”, afirmou. A lista continua: Pinheiral enviou mais de R$ 7 milhões e os demais deputados um pouco mais de R$ 1 milhão juntos. Em Itatiaia foram quase R$ 3 milhões enviados por Furtado e os outros mais de R$ 800 mil. Em Quatis mais de R$ 6 milhões e todos os outros R$ 3 milhões.
“Há quem diga que Barra Mansa e Volta Redonda, por exemplo, não contam com deputados federais, mais enviei em torno de R$ 50 milhões para essas cidades. Cito em Volta Redonda o aparelho de ressonância do Hospital Regional, emenda para o Hospital da Criança, outros. Em Barra Mansa emenda para o pátio de manobras, equipamentos para Santa Casa, asfalto de ruas, creche”, enumera o candidato.
GERAÇÃO DE RENDA
Se eleito, Antonio Furtado diz que colocará mais um foco de trabalho: o emprego e renda. Disse que não deixará de lado as ações voltadas para a segurança pública, mas percebe que essa é uma necessidade do Sul Fluminense. Segundo ele, a região é uma grande locomotiva que não teve sua importância despertada no Estado. Ele destaca que percebe um vasto campo para expansão de negócios e também outras vocações que podem ser trabalhadas. Outra preocupação de Furtado é realizar uma reforma tributária que simplifique impostos, onde os mais pobres paguem menos do que os mais ricos.
UM MANDATO PARTICIPATIVO
Furtado diz que não foi eleito para ser um deputado ‘copa do mundo’ que aparece a cada quatro anos. Por isso, afirma que sempre percorreu as cidades da região e em campanha neste ano não será novidade as pessoas o verem pelas ruas. Segundo ele, um compromisso da campanha passada foi o Gabinete em Movimento, onde visitava as cidades para averiguar as demandas.
E se sentir útil é o resumo que faz quando questionado da satisfação em ser delegado e também ao falar da política. “Sempre fui servidor público, desde os 21 anos. Há 29 anos estou servindo as pessoas. Sempre lembro de Érico Veríssimo, um escritor gaúcho que diz: a felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente”, finaliza.