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Correios: Ecetistas retornam ao trabalho, mas em estado de greve

Por Idel Pinheiro
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RIO DE JANEIRO

Os funcionários dos Correios decidiram em assembleia nesta terça-feira, dia 17,  seguir a orientação das duas federações, Findect e Fentect, e aprovaram a suspensão da greve iniciada às 22 horas do último dia 10, mas mantiveram o estado de greve. Os ecetistas aceitaram retornar aos trabalhos, mas em estado de greve, até o dia 2 de outubro, quando será decidido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) o dissídio solicitado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). As lideranças sindicais asseguram que irão manter a mobilização “para garantir a manutenção dos direitos da categoria e a continuidade da luta em defesa dos Correios, contra a privatização”. O principal motivo para a suspensão foi o julgamento do dissídio e a prorrogação do atual Acordo Coletivo da categoria até lá, com todos os direitos que ele contém.

Segundo o Sintect, a negação da direção da ECT a negociar com a categoria só foi quebrada com a deflagração da greve, uma das maiores já realizadas pelos trabalhadores dos Correios em sua história. “Os dirigentes da ECT tiveram que voltar atrás. Mas não reabriram as negociações e apresentaram uma proposta com reposição da inflação e manutenção dos direitos. Continuou alegando que tem um rombo de R$ 3 bi e insistindo em reajustar os salários abaixo da inflação e modificar 45 cláusulas, retirando direitos históricos da categoria. E entrou com dissídio coletivo no TST, que é um processo pedindo para o tribunal decidir”, afirma.

JULGAMENTO


Segundo a direção do Sintect, caso a categoria não paralisasse as atividades durante a greve a direção da ECT manteria a intransigência, não negociaria e se aproveitaria da reforma trabalhista, que acabou com a ultratividade (manutenção do acordo até que outro seja assinado). “E passaria a aplicar só o que está na CLT. Ou seja, daríamos adeus a vários direitos com o adicional de férias, o anuênio, o ticket peru e outros. Com a greve e com o dissídio o tribunal marcou julgamento para 2 de outubro. Pesará na decisão a postura das Federações, de insistir nas negociações e seguir todos os trâmites legais, e o da ECT, de abandonar a negociação mediada pelo TST não acatar suas decisões, além de se negar a negociar”, informa.

O TST propôs manter o Acordo Coletivo de Trabalho até dia 2, quando será votado o Dissídio. A categoria acatou a decisão e suspendeu a greve. Com isso o tribunal julgará a manutenção do Acordo Coletivo na íntegra, o reajuste dos salários e benefícios, o pagamento dos dias parados e a questão de pais e mães no convênio.

ESTADO DE GREVE MANTIDO

As direções da Federações da Findect e dos sindicatos filiados orientam pela manutenção da mobilização. “A luta tem que continuar para garantir a manutenção do ACT e dos direitos, a reposição da inflação e o pagamento dos dias parados. Também em defesa dos Correios, contra a privatização, pela manutenção do Correio público e de qualidade e dos empregados da categoria! Até o dia 2/10 é importante que todos os companheiros (as) mantenham as discussões em suas unidades de trabalho, com ampla mobilização em todos setores”, finaliza a diretoria do sindicato.

 

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