BARRA MANSA
No último dia 8 foi lembrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, uma doença assintomática e perigosa. Um alerta é em relação a hipercolesterolemia, que é o aumento da concentração de colesterol no sangue, para detectá-la é necessário realização de exames periódicos. Para tratá-la é necessário que a pessoa que tenha elevação na taxa de colesterol realize mudanças no estilo de vida. Além disso, o consumo de alimentos ricos em gordura trans pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares.
A gordura trans é uma gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação natural ou industrial. Sua presença nos alimentos tem o intuito de melhorar a textura e aumentar o prazo de validade, conservando por mais tempo. Algumas carnes e leite já possuem essa gordura naturalmente, mas em pequena quantidade. O que é mais preocupante são as gorduras trans usadas pela indústria, que podem aparecer nos rótulos como gordura vegetal hidrogenada.
Ela pode ser encontrada em alimentos como sorvetes, batatas fritas, salgadinhos de pacote, pastéis, bolos, biscoitos, entre outros; bem como as gorduras hidrogenadas e margarinas e os alimentos preparados com estes ingredientes. Os alimentos de origem animal, como carne e leite, possuem apenas pequenas quantidades dessas gorduras, garante o órgão, que também realiza fiscalização nas indústrias alimentícias.
Uma dica para evitar o consumo excessivo desses alimentos é a leitura dos rótulos. Através dela é possivel verificar quais alimentos contém ou não gorduras trans e, a partir disso, é possível fazer escolhas mais saudáveis, dando preferência àqueles que são livres dessas gorduras.
De acordo com a nutricionista Renata Pançardes as gorduras trans danificam o metabolismo, deixando ele lento e engordando, impossibilitando emagrecer com saúde. “As gorduras trans inflamam o corpo, abaixam o HDL (considerado bom colesterol) e aumentam as partículas pequenas de LDL (que inflamam o corpo e são fatores de risco para doença cardiovascular). As gorduras trans podem causar com o tempo diabetes, obesidade, ataques cardíacos (infarto agudo do miocárdio), artrites e até câncer de diversos tipos”, ressalta.
A nutricionsita destaca que todos os alimentos que têm gordura saturada possuem colesterol, devendo portando ser consumidos nas proporções adequadas para uma dieta saudável. “A gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leite e derivados. Não existe colesterol em alimentos de origem vegetal, e por isso eles não representam uma ameaça. Embutidos como salame, mortadela e presunto também são ricos em colesterol. Os peixes e cortes magros de frango, sem pele, são bons substitutos, já que não tem tanta gordura. Opte por comer carne vermelha apenas duas vezes por semana e prefira os cortes mais magros, como patinho, maminha e músculo. Trocar os queijos gordurosos, como provolone e mussarela, por versões mais magras, como cottage, também ajudam na redução do colesterol proveniente da dieta”, aconselha.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destaca que a gordura trans é um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação natural (ocorrido no rúmen de animais) ou industrial. São lipídios insaturados que contêm uma ou mais ligações duplas isoladas (não-conjugadas) em uma configuração trans e estão presentes principalmente nos produtos industrializados.
Dicas para uma melhor alimentação
Invista nos Fitoesteróis- A ingestão de 2,5 a 3 g/dia de fitosterois reduz a colesterolemia (nível de colesterol no sangue) em cerca de 10 a 12%. Boas fontes de fitoesteróis são os óleos vegetais crus, nozes, feijão, legumes, verduras e alimentos enriquecidos, como creme vegetal e iogurtes.
Coma mais Ômega 3- Os ácidos graxos ômega 3 possuem propriedades anti-inflamatórias, antitrombóticas e antirreumáticas, que atuam reduzindo a concentração dos lipídeos do sangue, favorecendo a vasodilatação. O ômega-3 é capaz de evitar a formação das placas de gordura na parede das artérias e garantir a flexibilidade dos vasos sanguíneos, afastando o risco de doenças como infarto, hipertensão, aterosclerose e derrames. Boas fontes de ômega 3 são peixes como salmão, truta e atum, e alimentos como linhaça, nozes, óleo de canola, rúcula e milho. Além disso, existem hoje em dia alimentos enriquecidos nesse nutriente, como o creme vegetal.
Aumente o consumo de fibras- É uma ótima estratégia para baixar os níveis de colesterol no sangue e por isso deve-se investir em alimentos como os integrais, frutas com casca e verduras. Adicionar as sementes como gergelim, linhaça, girassol e papoila no iogurte, por exemplo, é uma forma muito fácil de aumentar a quantidade de fibra que consome regularmente, sendo uma boa forma de controlar o colesterol e ainda melhorar o trânsito intestinal.
Exercício físico no combate ao colesterol
O colesterol é um tipo de gordura produzida no fígado e também é encontrado em alimentos como ovos, carnes e derivados do leite. Doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e várias doenças relacionadas a colesterol alto têm sido consideradas preocupantes.
Mas, de acordo com a personal especialista em reabilitação e emagrecimento, Isabella Guimarães Machado, o colesterol exerce um papel importante. “Ele é fundamental para a produção de hormônios sexuais, cortisona, vitamina D e ácidos biliares, sendo produzido pelo fígado, cabe a nós a equilibramos isso através de exercício físico e a alimentação saudável. Tudo isso pode contribuir para o equilíbrio da taxa de colesterol e uma expectativa de vida melhor já que sabemos que a maioria dessas doenças são ocasionadas por má alimentação e sedentarismo”, destaca.
Além disso, como cita Isabella, exercícios físicos protegem o coração, enrijecem os músculos, aumentam o condicionamento e ajudam no controle do colesterol, diminuindo os níveis de LDL – o colesterol ruim – e aumentando o HDL – o colesterol bom. “Os efeitos positivos dos exercícios físicos são inúmeros para a saúde e, em se tratando de colesterol, os benefícios são incontáveis: Os exercícios evitam o acúmulo de gordura no organismo e ainda mantêm o sistema cardiorrespiratório mais saudável, com maior capacidade de bombeamento do sangue. A diminuição nos níveis de gordura não acontece apenas devido ao aumento na queima calórica de quem treina. Mais também incentiva a produção de enzimas que controlam a quantidade da gordura circulante no organismo. Quanto mais exercícios, maior a quantidade destas enzimas e, portanto, menor o risco de doenças do coração”, explica, acresentando que o melhor exercício será aquele que lhe proporcionar prazer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 30 minutos de atividade física diários com o maior número possível de dias , porém isso é bem relativo, cada caso é um caso e é sempre necessário passar por uma avaliação física de um profissional de educação física. “O acompanhamento desse profissional é recomendado para orientar quanto à intensidade, descanso para garantir a segurança e seja qual for o objetivo que motivou o início da prática de atividades físicas , perda de peso, deixar o sedentarismo ou melhorar os níveis de colesterol o primeiro passo é sempre passar por um médico e em seguida nunca desisti nos primeiros dias”, conclui.