A greve dos caminhoneiros já está afetando o agronegócio da região Sul Fluminense. Com os caminhões parados, a coleta de leite nas propriedades rurais e o transporte até os laticínios têm sido comprometido, forçando os produtores, que não dispõem de equipamentos para armazenamento em grande escala, a realizar o descarte do produto em suas fazendas.
Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio), aproximadamente 520 mil litros de leite têm sido descartados ao dia em Barra Mansa desde o início da greve, o que representa uma perda diária para o setor de aproximadamente R$ 780 mil.
O número tem como base a soma da produção de quatro das principais indústrias lácteas da região: Cooperativa Agropecuária de Barra Mansa, Lactalis, Nestlé e Associação dos Produtores Rurais de Santa Rita de Cássia. A Cooperativa Agropecuária de Nossa Senhora do Amparo, até o momento, não registrou perdas.
A distribuição de hortaliças, verduras e legumes também está comprometida. De acordo com a Associação de Produtores Rurais de Santa Rita de Cássia, o bloqueio nas estradas impede a distribuição de, aproximadamente, 20 toneladas de alimentos ao dia, um prejuízo diário de R$ 80 mil.
Apesar de favorável à manifestação dos caminhoneiros, o Sindicato Rural de Barra Mansa classifica a situação como preocupante. “Apoiamos a greve e a luta dos caminhoneiros, mas, ao mesmo tempo, estamos apreensivos. Essa pressão por mudanças no cenário político, apesar de necessária, causa um impacto muito grande no agronegócio, com perdas na produção e na comercialização, além de colocar os animais em risco, porque, com a paralisação, já começa a faltar ração para alimentá-los”, relatou Adilson Delgado Rezende, presidente da entidade.
“O que desejamos é uma solução pacífica seja encontrada o mais rápido possível, de forma que as reivindicações da população sejam atendidas e os serviços de transporte retomados”, finalizou.
