BARRA MANSA
De acordo com dados da Associação dos produtores familiares de Santa Rita e região (Eapfam) a produção de hortaliças já registra queda entre 25% a 30%, em decorrência da pandemia de coronavirus. Os setores da educação e indústria por conta da pandemia diminuíram ou cancelaram as compras de mercadorias.
De acordo com a secretária executiva da Eapfam, Valdiana Marina de Oliveira, a entidade está preocupada com os rumos dos negócios. “Trabalhamos com entregas de merendas escolar pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e infelizmente estamos com todos os nossos pedidos suspensos, no momento estamos só com entregas através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que permite que instituições governamentais façam compras diretamente com agricultura familiar,a través disso entregamos em uma aeronáutica”, analisa a secretária. Por dia, o local tem a capacidade de produzir 20 toneladas de alimentos.
Mas nem tudo é ruim. Valdiana destaca que os associados e demais produtores do distrito estão entregando nos mercados das cidades de Barra Mansa, Pinheiral, Piraí, Resende, Rio das Flores, Volta Redonda, Levy Gasparian e Miguel Pereira. “Para os mercados as vendas continuam normal, e seguindo os devidos cuidados de higienização que o período pede. Estamos entrando na época de melhor produção e o pessoal ainda tem uma boa expectativa para próximos meses”, cita, informando que alguns produtores abriram suas propriedades para a venda local, além disso, a associação está estudando um meio de vendas através de delivery.
Outra medida ainda em estudo será de doação de alimentos para evitar o desperdício. “Fechamos contratos de entrega para a merenda escolas, estes estão suspensos, então, estamos negociando com os municípios a entrega destes produtos para as secretarias de educação de cada município”, destaca.
Um dos proprietários rurais, o vereador Carlos Roberto de Carvalho, o Beleza, destaca a necessidade de se investir mais no setor. “A agricultura familiar é a indústria no nosso quintal. É preciso de investimento de todas as esferas governamentais, temos condições de aumentar a produção de alimentos do ciclo rápido como legumes, hortaliças e feijão que levam em média 90 a 120 dias para comercialização. É hora da agricultura alavancar a economia do país”, avalia.
Conab reafirma que não há indícios de desabastecimento no país
Técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmam que apesar da corrida inicial as centrais de abastecimentos e supermercados, por conta da covid-19, o Brasil não corre risco de desabastecimento. Eles falaram também sobre a influência das medidas de enfrentamento ao novo coronavírus na dinâmica da comercialização desses produtos.
Segundo o presidente da Conab, Guilherme Bastos, as centrais de abastecimento estão em pleno funcionamento. “Os locais adotaram diversas medidas de controle sanitário para a segurança, na prevenção ao novo coronavírus, com o objetivo de assegurar à população o acesso aos mais variados produtos, não havendo, portanto, indícios de desabastecimento de hortifruti no país”.