Alcoólicos Anônimos celebra 90 anos de apoio e troca de experiências

Entidade fundada nos Estados Unidos possui salas de reunião em diversos países com o objetivo de permitir que as pessoas se ajudem a recuperar do alcoolismo

Por Roze Martins
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BARRA MANSA

Com uma média de 500 a 600 membros, totalizado em 19 salas de reuniões espalhadas para atender pessoas de diversos bairros, o Alcoólicos Anônimos (AA), de Barra Mansa, está celebrando os 90 anos de criação da irmandade, criada em 10 de junho de 1935, nos Estados Unidos, com o propósito que seus integrantes possam compartilhar experiências  e se ajudarem a recuperar do alcoolismo. Conforme destaca o engenheiro Marcos Ramos, coordenador da Comissão Trabalhando com os Outros (CTO), esses 90 anos do AA representam não só recuperação de milhares de pessoas, como também um grande ganho para a sociedade.

“A importância pra nós, dessas décadas de AA, é saber que nós fomos salvos por causa da ideia dos dois fundadores, Bill W., um corretor da Bolsa de Valores de Nova Iorque, e o Dr. Bob, um cirurgião de Akron que eram alcoólicos. Se esses dois não tivessem esse despertar talvez a gente não estivesse aqui ou ainda vivendo as mazelas do álcool. Hoje nós temos uma irmandade que ajuda a pessoa, salva a família, salva a sociedade”, destacou Marcos, ao informar que o AA está em 180 países e mais de 4, 5 mil grupos em todo o mundo.

Marcos explicou que as experiências compartilhadas durante os encontros são, em sua maioria, semelhantes, o que facilita a identificação entre os participantes. “Os problemas são quase todos iguais. Um viveu, outro viveu também. Nosso objetivo é dar suporte a todos por meio de conversas e essa troca de experiências. O nosso tratamento é espiritual”, disse.

As reuniões do AA em Barra Mansa são realizadas à noite, exceto na sala da Rua Andrade Figueira, no Centro, que também funciona às segundas, quartas e sábados, das 9h30min às 11h30min. Informações sobre os locais podem ser obtidas pelo telefone (24) 3342-0778.

Comissão Trabalhando Com os Outros

Conforme explica Marcos, o AA de Barra Mansa possui esse grupo que se chama Comissão Trabalhando Com os Outros, que visa levar mensagens sobre o Alcóolicos Anônimos aos que precisam. O trabalho é feito por meio de visitas às clínicas de recuperação, palestras em transportadora, em albergues do município, exposições em praças públicas, sempre com o objetivo de alcançar dependentes que precisam de ajuda.  “Tinha-se no passado que Alcoólicos Anônimos era uma sociedade anônima fechada. Mas, o anonimato é da pessoa, não é da instituição. Então a mensagem não é anônima porque senão não alcança quem precisa. Uma das bases da recuperação é a pessoa aceitar que ela é uma doente alcoólica e estar dentro da sala de reunião, porque o nosso programa é baseado em 24 horas. Eu não falo para você que daqui uma semana eu não vou beber. Eu não quero beber hoje”, exemplificou o coordenador, ao enfatizar que a própria Organização Mundial de Saúde considera o alcoolismo uma doença psicossomática

Grupo para mulheres

Embora não tenha um perfil de participantes definidos por sexo e faixa etária, Marcos reconhece que hoje a busca por ajuda no AA tem um índice maior entre os homens e, com isso, a entidade está com a proposta de montar um grupo formado só por mulheres, para que se sintam à vontade em participar. “Estamos pensando em fazer um grupo com reunião só para as mulheres, porque aí elas vão poder falar mais abertamente. Muitas têm vergonha de falar sobre o alcoolismo e outras nem reconhecem que estão dependentes do álcool, embora a gente saiba que existe um grande número vivendo essa situação”, cita.

Alcoolismo em destaque no horário nobre

Questionado sobre a abordagem ao alcoolismo que vem sendo exibida na novela Vale Tudo, da Rede Globo, onde a personagem Heleninha, vivida pela atriz Paola Oliviera, tenta enfrentar o vício do álcool, Marcos disse considerar muito importante. “O alcoolismo não escolhe classe social, classe econômica, ele não escolhe nada. Eu sou engenheiro, parei de beber há 16 anos, e estou aqui há dois anos, onde também já tivemos pessoas em situação de rua, que foram colocadas para fora de casa porque a família já havia desistido”, observou o coordenador.

Segundo ele, a procura por ajuda, por parte de pessoas com poder aquisitivo mais alto, por vezes é ainda mais difícil, considerando que muitas têm vergonha de assumir o vício. Além disso, outro agravante é o acesso a bebida e também a outros tipos de drogas acaba se tornando mais acessível.

 

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