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Seleção Brasileira não cativa torcedor e vendas no comércio

Por Idel Pinheiro
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RESENDE

O torcedor brasileiro acompanha duas competições com as principais seleções de futebol do país. Mas, ao que se parece nas ruas, a sintonia entre a paixão do povo e os times femininos e masculino é tímida. Há um ano a Copa do Mundo da Rússia transformava a decoração de ruas e fomentava as vendas de inúmeros produtos verde-amarelo, mas atualmente tanto a Copa do Mundo feminina na França e a Copa América da seleção masculina, realizada no Brasil, não tem o mesmo apelo comercial.

O reflexo disso pode ser comparado na fachada e vitrine das lojas de artigos populares. Nem mesmo o material que teria sobrado em estoque da Copa de 2018 parece ganhar destaque. “Nem sabia que estava acontecendo estas competições. Acompanho pouco as notícias, mas também não vi loja ou propaganda explorando isso”, comentou a vendedora Tamires Prattes, em Resende. E o sentimento dela é comum dentre a maioria dos brasileiros, sobretudo aqueles amantes do futebol. No Mundial da França, a seleção feminina soma três pontos e ocupa a segunda colocação, no Grupo C. No dia 18, às 16 horas, o time do treinador Vadão enfrenta a líder da chave, a Seleção da Itália, em partida visando classificação para a fase de oitavas-de-final.

Os produtos verde-amarelo tiveram forte apelo em 2018, mas registram pouca procura e exposição atualmente

Torcedor do Vasco, Igor Nascimento usa aplicativos de esporte no celular, tem noção do mundo do futebol, mas garante: futebol feminino e a Copa América não entusiasmam. “Adoro futebol, mas o futebol feminino é pouco divulgado, só conheço a Marta (camisa 10, eleita seis vezes a melhor do mundo pela Fifa). No masculino, a seleção de Tite não tem novidades, Neymar está de fora novamente… Depois do fiasco na Rússia fica a obrigação de vencermos a Copa América, ainda mais no Brasil. De fato nem produtos da seleção vejo nas ruas e também não pretendo comprar, igual ano passado”, afirma.

Nas lojas as competições envolvendo as seleções brasileiras praticamente não são exploradas. “O torcedor está desanimado com a seleção masculina e a feminina, então, nem diga. O mundial feminino não tem o mesmo apelo que o masculino e acho que ano passado o povo comprou blusa, corneta, peruca, fitas de cabelo, Glitter e tudo mais para torcer pelo Brasil e fomos eliminados. Mesmo jogando em casa não vi clientes perguntando, procurando coisas como em 2018”, argumenta a comerciante Sandra Batista.


O Brasil estreia na Copa América nesta sexta-feira, 14, enfrentando a Bolívia, às 21h30min. A expectativa do título brasileiro é grande, afinal, o Uruguai detém 15 títulos e a Argentina, 14. O Brasil é o terceiro maior vencedor do torneio continental, com oito títulos, o último foi em 2007. “Mas, nem de longe estamos vendendo bem. A torcida parece não se importar que o torneio é aqui, que teremos jogos no Maracanã, por exemplo, há 1h30min da cidade. Acho que o time não empolga, assim como o torneio. Já a seleção feminina, então… Para não dizer que não temos nada, existem itens do estoque de 2018 em exposição, mas com pouca procura. É o caso de óculos, perucas, pulseiras, e artigos de decoração verde-amarelo. Se houver bons resultados tanto na França (seleção feminina) quanto no Brasil (seleção masculina), talvez a torcida empolgue. Hoje, digo que nem exposto colocamos à disposição do público”, argumenta o comerciante Armando dos Santos.

Zizito é o mascote da Copa América, mas poucos torcedores conhecem o personagem – Foto: Divulgação

Entre os ambulantes a sensação é a mesma: se chegar às fases finais, talvez a torcida cresça em busca de itens da seleção. “To explorando a venda de camisas de times como Palmeiras, Flamengo, Corinthians. Da seleção mesmo não vi nada, nem pedi. A camisa da seleção feminina, então, é algo que ninguém procura. E quando temos sai apenas a da Marta. O Brasil precisa ganhar e convencer, seja no feminino ou masculino, ai as coisas podem mudar”, frisa o ambulante Egídio Ribeiro lembrando que na Copa de 2014, era grande a procura por bonecos e itens do mascote Fuleco, um tatu bola. Agora, na Copa América do Brasil, praticamente ninguém comenta do Zizito, o mascote que é inspirado numa capivara. “Pouco apelo, divulgação e o povo não tá ligando tanto pra seleção”, disse.

VENDA DE TVs E PROMOÇÃO

Outro ponto que destoa no comércio é a baixa procura por TVs em virtude da Copa do Mundo Feminina e da Copa América. Em 2018, às vésperas da Copa da Rússia o volume de vendas ultrapassava 40%. Atualmente, não há perspectiva de aumento nas vendas. “A procura está normal, não percebemos algo diferente devido ao mundial feminino ou a Copa América. As mais vendidas são as TVs de LED e com tecnologia Smart, no tamanho tela grande: a partir de 49 polegadas. O preço parte de R$ 1500”, opina a vendedora Josiane Conceição.Em 2018, as TVs foram os produtos mais procurados nas lojas de eletroeletrônicos, com alta de 97%, concorrendo diretamente com os smarthones.

A busca pelas TVs modelo LED com tela grande perdeu força neste ano, comparando com 2018

Na tentativa de ampliar as vendas aproveitando a competição de futebol no Brasil. Em âmbito nacional, uma rede de varejo explora a Copa América com a campanha “Parcela Sumiu”, válida no período entre 4 de junho e 4 de julho. Comprando em loja física ou on-line neste período, com parcelamento mínimo de 10 vezes, o cliente pode receber o reembolso do valor da última parcela do financiamento, caso a Seleção Brasileira do técnico Tite vença a Copa América. “Eu comprei um micro-ondas e parcelei em 10 vezes de R$ 82. Estou concorrendo. Porém, confesso que torço sim, mas acho que a Argentina e o Uruguai dão mais valor ao torneio e tem mais chances de título”, opina o técnico de informática, Charles Andrade.

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