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Pais dormem mal por seis anos após terem filhos, aponta pesquisa

Por Mônica Vieira
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RIO/SUL FLUMINENSE

‘Esqueça suas noites de sono’ é o tipo de alerta que todo casal que vai ter uma criança ouve dos que já passaram pela experiência. Agora, uma pesquisa inglesa quantificou o tamanho do problema e explica que o sono interrompido dos pais tem sua pior fase nos três primeiros meses de vida do infante e atinge mais as mulheres e dura por pelo menos seis anos.

Publicado no periódico “Sleep”, o estudo, da Universidade de Warwick, acompanhou 2.541 mulheres e 2.118 homens da Alemanha que estavam esperando seu primeiro, segundo ou terceiro filho.

De 2008 a 2015, eles foram questionados anualmente sobre a quantidade de horas que dormiam e tinham de dar notas de zero a dez para a qualidade de seu sono.

A pesquisa aponta que as mulheres são as mais atingidas: na média, elas relataram dormir 40 minutos a menos a cada noite no primeiro ano de vida do bebê, em comparação com o período pré-gravidez. “Nos três primeiros meses da criança, foi relatada uma média de uma hora de sono perdido por noite”, explica o estudo, em nota, que atribuí que a qualidade dessa dormida caiu 1,7 ponto nessa fase, para as mães de primeira viagem — para as que estavam em seu segundo ou terceiro filho, a queda na nota foi de pouco mais de 1 ponto.

Já para os homens, a média foi de 13 minutos a menos de sono, mesmo no primeiro trimestre de vida do filho.

As condições dos pais para dormir melhoram gradativamente após os primeiros três meses da cria, mas não atingem os níveis pré-gravidez por pelo menos seis anos. “Não esperávamos esse resultado, mas acreditamos que haja muitas mudanças nas responsabilidades dos pais (nesse período)”, afirmou o doutor Sakari Lemola, co-autor da pesquisa, em entrevista ao jornal inglês The Guardian. Ele afirmou que, apesar de as crianças tenderem a parar de chorar à noite à medida que envelhecem, ainda podem despertar na madrugada por pesadelos ou doença.


Para saber como funciona na prática o que foi exposto na pesquisa, o A VOZ DA CIDADE conversou com um pai e com uma mãe, em situações diferentes, para saber como é a realidade dele.

Mãe de primeira viagem, o pequeno Caio de Paula Silva completa hoje apenas 13 dias de vida – Arquivo Pessoal

NICOLLE E CAIO

Nossa primeira entrevistada é a jovem Nicolle de Paula Silva, de 24 anos. Mãe de primeira viagem, o pequeno Caio de Paula Silva completa hoje apenas 13 dias de vida. Ela conta um pouco de como sua rotina mudou depois do nascimento do filho. “Ele ainda é bem pequenininho e sua rotina está muito em dormir, acordar e mamar, dormir mais uma vez, e assim ao longo do dia. Também acorda para trocar as fraudas. Sei que esse ritmo vai mudar e vai ser bem mais agitado, mas o meu sono mudou completamente, pois fico acordada o observado e sempre acordo para atender as necessidades dele”, contou Nicolle, que mora em Volta Redonda.

Ela conta que durante a madrugada chega a acordar de duas a três vezes e que seu sono se tornou mais leve, pois está sempre em estado de alerta. “Já me sinto mais cansada, mesmo com poucos dias de vida. Mas a sensação de ser mãe é a melhor do mundo e cada dia é um novo aprendizado”, concluiu a jovem, que para a nova rotina conta com a ajuda do namorado, Michael Silva de Souza, de 29 anos.

Pai pela segunda vez, Junior Oliveira Fernandes, de 42 anos, viu sua rotina mudar completamente – Arquivo Pessoal

JUNIOR E MELISSA

Pai pela segunda vez, Junior Oliveira Fernandes, de 42 anos, viu sua rotina mudar completamente. Seu primeiro filho, Daniel Gomes Fernandes, tem hoje 17 anos e a pequena Melissa Vieira Fernandes, apenas cinco. Mesmo estudando integral, ele comenta que a filha tem bastante energia a qualquer hora do dia. “Ela não dorme durante a tarde e só dorme no final da noite, por volta das 23 horas, depois de muita insistência. Ela acorda um pouco antes das 8 horas todos os dias e estuda na parte da manhã e tarde. À noite, chega bem animada em casa e acredito que queira ficar também acordada para ficar ao lado dos pais”, disse Junior.

Morador de Volta Redonda, ele conta que a diferença do primeiro filho para Melissa é grande. “Ele dormia bastante quando novo. Não dava esse tipo de trabalho. Minha filha hoje dorme direto e dificilmente acorda durante a madrugada, mas o pegar no sono dela é bem complicado e a rotina acaba sendo bem cansativa, pois costumo dormir seis horas por dia, já que depois que ela dorme é que consigo fazer as minhas coisas”, finalizou o pai, explicando que no final de semana e aos feriados, o dilema continua, já que não é possível descansar durante o dia e o relógio da filha mantém o ritmo da semana.

 

 

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