BARRA MANSA/ESTADO
A Secretaria de Estado de Saúde emitiu um alerta nesta quarta-feira, dia 23, sobre a necessidade da vacinação contra coqueluche para gestantes e puérperas. O comunicado é direcionado aos profissionais de saúde das redes pública e privada e, especialmente, às equipes de vigilância epidemiológica e atenção primária à saúde das Secretarias Municipais de Saúde. A medida acontece diante do aumento no número de casos confirmados e de óbitos por coqueluche no estado do Rio de Janeiro,
Em Barra Mansa, conforme informou a coordenadora de Atenção em Saúde, Juliana dos Santos Russi, a Secretaria de Saúde já recebeu o comunicado e, mesmo sem ter casos confirmados da doença, a partir dos próximos dias irá intensificar a divulgação de que a vacina está disponível em todas as unidades de saúde do município. O público alvo são as gestantes a partir da 20ª semana de gestação e as puérperas até 45 dias após o parto, além de profissionais da Saúde e da Educação com comprovação de vínculo que atuem com crianças menores de 4 anos.
Segundo dados da Secretaria de Estado, em 2024, até 15 de outubro, foram registrados 216 casos confirmados de coqueluche e três mortes em menores de seis meses de idade no estado. O número se torna preocupante porque ao longo de 2023 foram apenas oito registros de casos e nenhum óbito.
Vacina garante proteção à doença em bebês
A proteção contra a doença é garantida por meio das vacinas Pentavalente (que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b), DTP (difteria, tétano e coqueluche) e dTpa (difteria, tétano e coqueluche). No entanto, o alerta é relativo à falta de vacinação da dTpa em gestantes e puérperas, principalmente. Segundo o documento, o primeiro óbito por coqueluche no estado, de um bebê de dois meses, ocorreu em julho, na Região Metropolitana II. Já o segundo e o terceiro óbitos foram notificados em outubro, ambos na Região Metropolitana I, de crianças de um mês e quatro meses. Todos os casos eram do sexo feminino, e as mães não haviam recebido a vacina contra coqueluche (dTpa) durante a gestação, conforme recomendado pelo Programa Nacional de Imunização.
“Estamos reforçando a necessidade da vacinação, principalmente porque, para os bebês menores de seis meses, faixa etária em que ocorreram os óbitos, a vacinação das gestantes com a dTpa é o melhor método de prevenção”, explicou a secretária de estado de Saúde, Claudia Mello.
Pediatra esclarece sobre os riscos da doença
A pediatra neonatologista, Lidiane Diniz Braga, responsável pela rotina médica da UTI Neonatal de um hospital particular de Barra Mansa, em entrevista ao A VOZ DA CIDADE explicou que a coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade, que compromete de forma específica o aparelho respiratório, especialmente a traqueia e os brônquios, caracterizando-se por espasmos de tosse seca. É causada pela bactéria Bordetella pertussis e evolui em três fases sucessivas. A fase catarral inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, que podem ser confundidos com uma gripe: febre, coriza, mal-estar e tosse seca. Em seguida, há acessos de tosse seca contínua. Na fase aguda, os acessos de tosse são finalizados por inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam dificuldade de beber, comer e respirar. Na convalescença, os acessos de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum.
“Bebês menores de seis meses são os mais propensos a apresentar formas graves da doença, que podem causar desidratação, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e levar à morte. Por isso a importância das gestantes serem imunizadas. A prevenção à coqueluche ocorre através da vacina que está disponível nos postos de saúde e apenas os indivíduos que já tenham adquirido a doença ou recebido a vacina DTP (mínimo de três doses) não correm o risco de adquiri-la. Não existe característica individual que predisponha à doença, a não ser presença ou ausência de imunidade específica. É uma doença que pode acometer qualquer faixa etária, no entanto, que te maior gravidade em crianças menores”, alertou.