MPF e MPRJ fazem recomendação ao Inea para combate ao pó preto em Volta Redonda  

Por Carol Macedo

VOLTA REDONDA

Uma recomendação acerca do pó preto da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Dessa vez direcionada ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A orientação é que seja finalizado o processo administrativo, com decisão definitiva do Conselho Diretor do órgão, relativo ao Programa de Monitoramento de Partículas Sedimentáveis no estado do Rio de Janeiro, prevista no Decreto nº 48.668/2023. O órgão terá dez dias para se manifestar sobre a recomendação e 30 dias para o cumprimento.

O pó preto produzido pela siderúrgica mais antiga do Brasil é formado por micropartículas de ferro que, soltas no ar, podem prejudicar a saúde dos moradores e poluir o meio ambiente. Essa ampliação do monitoramento da qualidade do ano ocorreu no ano passado quando o Governo do estado incluiu no programa o pó preto.

Segundo o decreto, serão necessários 180 dias para regulamentação do programa pelo Inea. Esse prazo se esgotou no começo deste ano sem uma definição, mesmo com a existência de uma minuta de norma operacional já apresentada a todos as diretorias do Inea. O documento tem parecer favorável da Procuradoria da autarquia estadual, mas ainda depende da decisão final do Conselho Diretor do órgão.

Essa regulamentação estabelece a criação de Planos de Controle de Emissões para episódios críticos de poluição do ar em todo o estado e prevê que o Inea fiscalize o cumprimento das normas. Além disso, estabelece que o Instituto Estadual do Ambiente divulgue, diariamente, os índices de qualidade do ar no estado e amplie o número de estações de monitoramento. O documento também determina que, anualmente, o órgão elabore um relatório de avaliação das condições do ar no Rio de Janeiro.

POLUIÇÃO EM VOLTA REDONDA

Volta Redonda tem 273 mil habitantes e é conhecida como a cidade do Aço, devido a importância da CSN. Se tornou mais latente nos últimos anos a poluição no município. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2013, classificou Volta Redonda como a segunda cidade com a maior vocação poluidora no estado do Rio de Janeiro.
Para o procurador da República Jairo da Silva, responsável pelo caso, “a recomendação do MPF se dá a partir da necessidade de imprimir maior celeridade na elaboração da norma técnica, sobretudo em razão do encerramento do prazo legalmente estipulado para a conclusão do processo”. Além disso, ele destaca as particularidades vivenciadas em Volta Redonda, onde existem relatos persistentes de poluição atmosférica, bem como a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle de poluição. “Embora a norma tenha abrangência estadual, Volta Redonda é o município que mais sofre com a poluição causada por partículas sedimentáveis, em decorrência das atividades da Companhia Siderúrgica Nacional”, observa.

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