O mundo testemunhou um marco assustador neste ano, com janeiro sendo oficialmente declarado o mês mais quente já registrado. O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, divulgou na quinta-feira, dia 8, dados que revelam uma tendência contínua de calor, alimentada pelas mudanças climáticas globais.
Este último janeiro superou todos os registros anteriores desde 1950, incluindo o recorde anterior de 2020. A preocupante tendência não é nova, com todos os meses desde junho apresentando temperaturas sem precedentes, quando comparadas com os mesmos períodos dos anos anteriores.
A influência do fenômeno climático El Niño é evidente, aquecendo as águas superficiais do leste do Oceano Pacífico e contribuindo para o aumento das temperaturas globais. Embora tenha começado a enfraquecer, suas ramificações ainda são significativas, conforme apontado pelos cientistas.
As projeções para o futuro não são menos preocupantes. Cientistas norte-americanos alertam que há uma chance considerável de que 2024 seja ainda mais quente do que o ano anterior, com uma probabilidade de 99% de estar entre os cinco anos mais quentes já registrados.
Este cenário só reforça a urgência de ações globais para enfrentar a crise climática. Samantha Burgess, diretora adjunta do C3S, enfatizou que reduções drásticas nas emissões de gases de efeito estufa são cruciais para conter o aumento das temperaturas globais.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabeleceu metas ambiciosas para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, a fim de evitar consequências irreversíveis. Embora tenhamos ultrapassado esse limite em um período de 12 meses, ainda não violamos a meta estabelecida para a média global de temperatura ao longo de décadas.
Em suma, os dados recentes reforçam a necessidade premente de ação coletiva para enfrentar as mudanças climáticas. O tempo para a complacência acabou, e medidas concretas e imediatas são indispensáveis para proteger nosso planeta e as gerações futuras dos impactos devastadores do aquecimento global.
* Luciano R. Pançardes – Editor-chefe