VOLTA REDONDA
No início da noite de quinta-feira, 9, grande ato ocorreu na Praça Juarez Antunes, no bairro Vila Santa Cecília, em Volta Redonda. Representantes sindicais, políticos e membros de entidades diversas se reuniram para lembrar os 35 anos da histórica greve na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
O evento teve como objetivo fazer memória da luta e homenagear aos metalúrgicos William Fernandes Leite, Valmir Freitas Monteiro e Carlos Augusto Barroso, mortos durante confronto com tropas do Exército no ato da greve. Durante o ato, com a participação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edmar Miguel. Durante o ato, foi enfatizado o repúdio ao apagamento dessa importante página da história.
Um abraço simbólico foi realizado nas dependências da Usina Presidente Vargas (UPV), organizado pela Frente Popular Sindical.
DISCURSOS E TESTEMUNHOS
Durante o ato, houve ainda discursos emocionantes e testemunhos sobre os acontecimentos marcantes da greve de 1988, como a colocação de coroa de flores no Memorial Nove de Novembro, de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, que foi construído em homenagem aos três metalúrgicos mortos.
Vale lembrar que no dia seguinte da inauguração, em 1º de maio de 1989, o Memorial sofreu um atentado a bomba com 30 quilos de explosivos. Com isso, ficou sustentado apenas por vergalhões. E por solicitação de Oscar Niemeyer, a obra foi reerguida, mas de maneira simbólica, mantendo as marcas do atentado à bomba. As trincas e rachaduras permaneceram no monumento e estão visíveis.
Um dos operários morto durante a greve, o Walmir foi homenageado em Volta Redonda dando nome a escola partilha, Estado e Prefeitura de Volta Redonda, Ciep Walmir de Freitas Monteiro, localizada no bairro Santa Rita do Zarur. Segundo destacou a diretora da unidade escolar, Ana Cláudia, o dia 9 de novembro é uma data muito importante para a cidade. “Não podemos esquecer, não podemos apagar a memória do nosso povo no dia 9 de novembro há 35 anos atrás”, declarou.
LUTA PELOS DIREITOS TRABALHISTAS
A diretora lembrou ainda que, Walmir foi assassinado quando, junto a outros operários da CSN, lutava por seus direitos trabalhistas. “E em homenagem a esse operário nossa escola, o Ciep 293, recebe o seu nome, assim como a escola Municipal Valmir de Freitas Monteiro. Trabalhamos cotidianamente pela educação brasileira para garantir o acesso a permanência desses alunos. É a democratização do ensino levando em consideração a diversidade, a pluralidade do nosso povo e acima de tudo conscientizando de cada um que passa pela nossa unidade educacional”, contou a diretora.
A diretora lembrou ainda que os metalúrgicos mortos durante a greve da CSN estavam apenas lutando pelos seus direitos. “Hoje, as pessoas não aceitam mais o que aconteceu em 1988, a forma opressora do combate a luta do povo e dos trabalhadores pelos seus direitos. Por isso, a educação é fundamental para a transformação de um povo que antes sofria calado sem saber os seus direitos.”, concluiu a diretora.