VOLTA REDONDA
Membros do Movimento Pela Ética a Política (MEP) se reuniram nesta semana para um pequeno colóquio, de modo remoto, com diferentes pesquisadores ligados às universidades locais e de outros estados. Na pauta, o crescente mal estar da população em relação à poluição em Volta Redonda.
A ideia, de acordo com os organizadores, é conhecer suas produções científicas relacionadas à saúde da população e dos trabalhadores, devido à crescente e múltipla poluição na cidade. “Agradeço e cumprimento vocês por terem aceitado o convite para este primeiro momento”. Foi assim que a professora Sílvia Real, geocientista, ligada à equipe sócio ambiental do MEP, abriu o encontro.
Sílvia Real acompanhou o debate e informou que, após o primeiro diálogo, que contou com a participação de novos atores e ainda com o professor Roberto Guião, ligado à uma faculdade local, vai agendar para o final do mês um encontro ampliado com a presença de outros pesquisadores, moradores interessados e lideranças de movimentos. “Na ocasião será apresentado dados do DataSus referentes a incidência de moléstias relacionadas a saúde da população, além de dados da saúde a partir das pesquisas realizadas. Informou ainda que em breve haverá nova reunião, desta vez com representantes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para tratar do tema relacionado ao poluído meio ambiente de Volta Redonda.
IMPORTÂNCIA DA DISCUSSÃO
Na sequência do encontro virtual, a engenheira ambiental Ana Carolina Russo, que é pós-doutoranda na área de saúde do trabalhador pela USP-Faculdade de Saúde Pública, ressaltou a importância da discussão e falou sobre sua pesquisa realizada em Volta redonda. “A pesquisa focada na saúde da população e dos trabalhadores está na fase conclusiva e avalia, a partir das análises do sangue e urina, os efeitos da poluição na saúde humana. Já temos um artigo pronto para ser publicado em dezembro”, informou a pesquisadora da USP.
Já o professor Gideon Borges, falou sobre a pesquisa já concluída sobre a saúde da população, em especial realizada na Região Leste da cidade, devido à sua proximidade da montanha de escória. “Parte do nosso trabalho já foi concluído e temos muito interesse em debater os resultados e criar proximidade com a comunidade. Nosso foco foi os impactos da poluição do ar sobre as pessoas, avaliando comportamentos relativos ao sono, aspectos nutricionais, cardiopatias, entre outros”, explicou o professor Gideon.
Por fim, a professora Irineia Brígida, bióloga comentou sobre sua dissertação de mestrado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre a saúde da população no bairro Volta Grande 4, em Volta Redonda. “Estamos diante de grandes desafios. As agressões à saúde humana crescem a cada dia e há uma certa inércia das pessoas, das instituições. Existem vários aspectos que precisam ser trabalhados. Minha pesquisa localizou a visível agressão à saúde humana daquela região, porém há uma naturalização da realidade”, concluiu a professora.
