VOLTA REDONDA
Cerca de 200 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, ocuparam na tarde desta quinta-feira, dia 20, a Praça Sávio Gama, em frente ao Palácio 17 de Julho, no bairro Aterrado, em Volta Redonda. Com faixas e cartazes solicitando moradias, os manifestantes da Ocupação da Paz, no Jardim Belmonte, limite com Barra Mansa, estiveram no local com a finalidade de chamar a atenção das autoridades. Alegaram os assentados, que são cerca de três mil famílias que ficaram sem teto durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Segundo informou uma das assentadas, que preferiu não se identificar, cerca de três mil famílias estão vivendo, hoje, no lote ocupado por eles há três meses e 24 dias. Disse que a área ocupada por eles durante anos serviu como depósito de escória da Fábrica de Cimento Tupi, de lixo e até para desova de cadáveres. “A empresa seria a proprietária dessa área que há anos está servindo para nada, a não para coisas erradas. Quando perdemos empregos e ficamos sem casa por causa da pandemia, decidimos ocupar o local, pois não temos como pagar aluguel”, declarou a mulher, lembrando que desde que chegaram ao local cerca de três mil lotes já foram demarcados.
Os ocupantes da área garantem que no local estão famílias que acabaram perdendo tudo na pandemia. Disseram que antes mesmo da pandemia, a situação econômica de muitos não estava boa, mas ainda sim seguiam trabalhando. “Ganhando pouco, mas ainda dava para a gente sobreviver. Agora, nem aluguel podemos pagar mais e muito menos as contas do dia a dia, como luz e água. Eu mesma sou uma que perdi o emprego e não consigo pagar o aluguel. Fiquei mais de cinco meses sem pagar aluguel e fui obrigada a deixar a casa. Sem ter para onde ir com meus filhos fui obrigada a ir para a área. Não estamos no local porque queremos, mas sim por necessidade. Tem muita gente também que estava morando embaixo dos viadutos e agora está na ocupação. Pura necessidade”, concluiu outra assentada.