SUL FLUMINENSE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em divulgação, nesta sexta, dia 9, afirma que em março, a inflação ficou em 0,93%, a taxa mais alta para o mês desde 2015, quando alcançou 1,32%. Os principais impactos vêm dos aumentos nos preços de combustíveis (11,23%) e do gás de botijão (4,98%). No mesmo período, no ano passado, a variação havia sido de 0,07%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC) acumula variação de 2,05% no ano e de 6,10% nos últimos 12 meses.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,86%, resultado um pouco acima do de fevereiro (0,82%) e também o maior índice para um mês de março desde 2015, quando o INPC variou 1,51%. No ano, o indicador acumula alta de 1,96% e, em 12 meses, de 6,94%.
Nesse índice, os produtos alimentícios subiram 0,07% em março, abaixo do resultado de 0,17% observado no mês anterior. Os não alimentícios tiveram alta de 1,11%, enquanto, em fevereiro, haviam registrado 1,03%.
Gasolina, a grande vilã
Segundo o levantamento, a gasolina foi o item que contribuiu com o maior impacto no IPCA de março (0,60 ponto percentual), no estado do Rio de Janeiro foi onde os motoristas mais sentiram esse reajuste (14,45%). Houve também reajustes de 4,66% e 4,50% nas concessionárias de energia, em 15 de março, e 3,50% no gás encanado, no dia 1º de fevereiro, contribuindo para uma alta de 0,77% nos custos de habitação.
Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento.
De acordo com o motoboy Victor Kenupp Nisimura, é um desses clientes que tem reclamado dos altos preços da gasolina. “O preço é um absurdo, ainda mais na minha profissão, fica difícil de trabalhar assim, compromete todo o rendimento familiar. Faço entregas, recebo pelo meu trabalho e consumo mais combustíveis do que a maioria das pessoas, se não colocar a taxa de entrega não consigo ter renda”, pontua.
Alimentação
A inflação do grupo Alimentação e bebidas (0,13%) vem desacelerando. O preço continua subindo, mas sobe menos a cada mês. As variações anteriores foram de 1,74% em dezembro, 1,02% em janeiro e 0,27% em fevereiro. Os alimentos tiveram alta de 14,09% em 2020, mas, desde dezembro, apresentam uma tendência de desaceleração. Alguns fatores contribuem para isso, como uma maior estabilidade do câmbio e a redução na demanda por conta da suspensão do auxílio emergencial nos primeiros meses do ano. Para quem só está comendo em casa, os preços caíram de fato: a alimentação no domicílio teve queda de 0,17%, enquanto a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,89%. Recuos nos preços do tomate (-14,12%), da batata-inglesa (-8,81%), do arroz (-2,13%) e do leite longa vida (-2,27%) baratearam as refeições em casa. Mas as carnes (0,85%) seguem em alta, embora a variação tenha sido inferior à de fevereiro (1,72%).