SUL FLUMINENSE
A flexibilização no setor do comércio contribuiu gradativamente para a alta do volume de vendas no setor varejista, aquele que atende diretamente o consumidor final apresentou alta de 5,2% em julho. O resultado foi divulgado ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas em âmbito nacional com a Pesquisa Mensal do Comércio.
O volume de vendas do comércio varejista do estado do Rio de Janeiro apurado pela PMC do IBGE cresceu 6,4% em julho na série livre de efeitos sazonais, depois de ter registrado crescimento igual a 11,9% em maio e 9,8% em junho. Com o resultado positivo, o volume vendido em julho ultrapassou pela primeira vez o volume vendido em fevereiro. No ano, o setor acumula perda igual a 1,6%.
No Brasil, o volume vendido pelo setor cresceu 5,2% em julho e surpreendeu o mercado que tinha a expectativa igual a 1,3%. No ano o saldo acumulado é de perda igual a 1,8%. No Sul Fluminense, entidades do setor não têm dados fechados das vendas, mas garantem que é nítida a evolução a partir da flexibilização da atividade comercial. Na linha de frente, os empresários projetam dias melhores com o fim da pandemia. “O ideal era acabar de vez essa fase, encontrar uma vacina eficiente contra o contágio do coronavírus. Não tendo, ainda, focamos em campanhas promocionais como atualmente na Semana Brasil. O mês de julho teve, na minha loja, vendas menores que em junho devido ao Dia dos Namorados. Mas, foi bom, ficamos com uns 4% de lucro. Nessa reta final do ano acredito que vai subir ainda mais”, comenta a comerciante Rita de Cássia, do setor de vestuário.
É importante notar que os resultados do comércio varejista restrito têm sido anabolizados pelo forte pacote fiscal oferecido pelo governo para fazer frente à crise. O valor do auxílio, igual a R$ 600 até agosto, foi reduzido para R$ 300 até o final de dezembro e pode gerar queda nas taxas a partir de setembro. Segundo a Federação de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro, o resultado prático é que o volume de vendas do comércio ampliado ainda está abaixo, no Rio de Janeiro e no Brasil, do volume vendido em fevereiro (-2% no Brasil e -3,7% no Rio).
As lojas de vestuário apresentam bom desempenho no setor varejista – Fábio Guimas
Por outro lado, o setor apresentou, pela primeira vez desde fevereiro, crescimento positivo no Rio em 0,7% e no Brasil em 1,6% na comparação anual. “Até junho, houve uma espécie de compensação do que ocorreu na pandemia, então em julho a recuperação já tem um excedente de crescimento”, avalia o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
SETORES
Em julho, apenas a atividade de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo não registrou alta, ficando estável em relação a junho. Nos demais setores, predominam as taxas positivas como em Livros, jornais, revistas e papelaria com alta de 26,1%, seguida por Tecidos, vestuário e calçados (25,2%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (11,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,1%), combustíveis e lubrificantes (6,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,0%) e móveis e eletrodomésticos (4,5%).“Em junho tivemos boas vendas e em julho praticamente se manteve na média de 5%. Nessa pandemia a população evita gastar, mas as datas festivas de agosto e setembro já demonstraram que os meses seguintes foram melhores que julho devido ao apelo promocional. O setor varejista precisa de campanhas ativas constantemente pra estimular o consumidor”, comenta o empresário Maurício Guedes, do segmento de vestuário e calçados.
VAREJO AMPLIADO
O comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, apresentou alta de 7,2% em relação a junho de 2020, na série com ajuste sazonal, após alta de 11,1% registrado no mês anterior. Para essa mesma comparação, o setor de veículos, motos, partes e peças cresceu 13,2%, enquanto material de construção avançou 6,7%
