VOLTA REDONDA
O período de pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, provocou mudanças no dia a dia das famílias e refletiu também no cuidado com os animais de estimação. Muitas pessoas recorreram à adoção de um pet para fazer companhia, especialmente durante o isolamento social. Em Volta Redonda, o número de animais adotados cresceu, de acordo com dados da organização sem fins lucrativos Sociedade Protetora dos Animais de Volta Redonda (SPA-VR).
“A gente vinha com uma média de cinco doações nos meses anteriores, entre cães e gatos. Logo nos dois primeiros meses da pandemia, esse número praticamente dobrou e, durante todo o período, já doamos cerca de 20 animais, entre cães e gatos”, contou Igor Reis, Diretor na SPA-VR e vice-presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Volta Redonda (CMPDA-VR).
A presença de um animal de estimação se tornou importante para algumas pessoas durante esse período em que ficar em casa está durando mais tempo. É o caso da dona de casa Kelly Higino, que adotou em fevereiro deste ano a Canela, uma cadela de aproximadamente três anos, que foi resgatada. “Resolvemos adotar depois da perda da nossa outra cachorra, a Cléo. Tenho duas filhas que sentiram muito e tomamos essa decisão em família. Foi uma escolha muito acertada, pois ela tem nos feito muito bem. A experiência tem sido tão boa, que estamos até pensando em adotar novamente”, contou Kelly.
A médica-veterinária Maria Luiza Braz, que já possuía uma gata chamada Tinna e adotou o Romeu, um gato de aproximadamente quatro anos, conta que os animais se adaptaram bem à nova rotina durante a pandemia. “Nesse período de quarentena, onde as pessoas se encontram mais em casa, especialmente para os gatos, pode ser algo que eles estranhem. Devemos fazer tudo de forma mais sutil e no tempo deles, até que eles se acostumem com a nova rotina. Em relação ao Romeu e à Tinna, é ótimo estar mais tempo com eles, gatos amam de uma maneira única, e estar mais tempo com eles me fez muito bem”, explicou Maria Luiza.
Em Volta Redonda, a coordenadora de Bem Estar e Proteção Animal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Alexsandra Fernandes, explica que a adoção dos animais durante a pandemia é muito boa tanto para quem adota quanto para o animal que recebe um novo lar, mas ressalta que a atitude deve ser feita de forma responsável. “Antes de adotar, várias questões devem ser levadas em consideração para que as pessoas não adotem por impulso, principalmente nesse período da pandemia, onde estão mais em casa. Quando as atividades laborais retornarem, esses animais não poderão ser devolvidos com o argumento de falta de tempo, de espaço, entre outros motivos”, explicou Alexsandra, que adotou em abril a Frida, uma cadela resgatada na Rodovia do Contorno e que hoje recebe todos os cuidados e carinhos necessários.
De acordo com dados da Coordenadoria de Bem Estar e Proteção Animal de Volta Redonda, neste ano, 39 animais, sendo 23 cães e 16 gatos, foram encaminhados para novos donos. Durante o período de restrições para evitar o contágio pela Covid-19, o departamento chegou a atuar apenas em situações de emergência, mas já retomou as atividades normalmente.
Em Volta Redonda, os cuidados com os animais é um trabalho bem desenvolvido pela coordenadoria. O objetivo do departamento é sistematizar as demandas relativas ao bem-estar animal e estabelecer a forma de organização e regulamentação do funcionamento do setor dentro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A principal atuação da coordenadoria envolve o combate ao crime de maus tratos aos animais, por meio das ações fiscalizadoras.
Outros projetos importantes também fazem parte desse trabalho, como: canal de denúncia (Fiscaliza VR); autuação/multa para tutores irresponsáveis; Guarda Ambiental com carro e motos; Quem Cuida Castra – castração de animais de acumuladores, de colônias, dos animais fiscalizados, apreendidos e doados; acompanhamento com acumuladores para castração e adoção dos animais; Resgate Esterilização e Soltura (RES) dos animais errantes/comunitários; apreensão de animais silvestres e animais vítima de maus tratos; resgate, quarentena e soltura de animais silvestres no habitat natural; entre outros.
“Temos também o Espaço de Adoção ‘Família Animal’ todos os meses, que está temporariamente suspenso para evitar aglomerações nesse período de isolamento social”, explicou o secretário municipal de Meio Ambiente, Jadiel Teixeira.
Volta Redonda ainda conta com duas leis sancionadas sobre o tema. Uma é a que cria a Aliança Animal, que visa garantir uma estrutura de proteção aos animais, incluindo benefícios como registro de identificação eletrônica dos animais, assistencialismo, relaciona as atribuições das secretarias no cuidado com os animais, promove parcerias, etc. A segunda lei é a que autoriza o Executivo Municipal firmar convênios, contratos, parcerias com empresas, clínicas veterinárias, ONGs, universidades, entidades de classe, entre outros. “Vamos promover programas educativos contínuos para a defesa, o bem-estar e a guarda responsável dos animais, em parceria com o CMPDA. O Plano Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, que está em fase de elaboração e de planejamento, garante que os animais tenham os seus direitos resguardados de forma permanente, não só nessa gestão, como nas futuras”, afirmou o prefeito Samuca Silva.