Causou surpresa entre os queridos leitores, a existência do futebol para três equipes jogando simultaneamente em campo hexagonal. Contei aqui na Coluna anterior. Engenheiro civil com vivência internacional, meu primo Rogério desconfia que transformar os retângulos do campo de futebol em hexágono, meio círculo e trapézio é coisa de quadrado.
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Rogério atuou como goleiro do Central Sport Clube na década 1960/70, quando as torcidas enchiam os estádios e a bola se sentia feliz ao ser tocada com sabedoria, firmeza e elegância por craques como o próprio Rogério, Clebinho, Nenem, Walter Cardoso/Waltinho – autor do gol mais rápido do mundo, infelizmente não registrado – Canário, Jota, Maurinho, Pardal e Mizuca, para falar de alguns artistas da bola que nem se enfrentaram, mas fazem parte de uma inesquecível época.
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Mario Tamborindegyi, Nelson Geraidini, Comendador Pereira Inácio, Paulo Fernandes, Baldomero Barbará, Godofredo Cruz ou Odair Gama, são saudosos retângulos onde duelavam clubes como Barra Mansa, Royal, Barbará, Siderantim, Coroados, Valenciano, Entrerriense, América e a forte turma do norte, representada pelo Americano, Goytacaz e Rio Branco.
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A despeito de todo saudosismo dos amantes do futebol tradicional,
a louca ideia de Asger Oluf Jorn em 1960, e logo esquecida, voltou a chamar atenção e agora ganha o interesse de organizadores em outros países. Até no Brasil já deram bola para o assunto. Em 1994, o cachimbo, a blusa tipo capitão de corveta do Asger Luf e seu futebol de 3 times fizeram o maior sucesso no SESC Palladium de Belo Horizonte.
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Estranho interesse. Tão estranho quanto o formato do campo, o número de times e as regras. A primeira regra é que o jogo não tem regras nem juiz. Basta compreender que o vencedor da partida não é o time que fez mais gols, mas o que sofreu menos gols. A partida não pode ser iniciada enquanto os times não estiverem absolutamente completos, ou seja, sete jogadores dos quais, um é o goleiro.
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Seguindo as esquisitices, não existe impedimento e os 60 minutos de duração da partida são divididos em tempos de 20 minutos quando é feita a troca dos lados adotando-se a rotação do sentido horário.
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Vence a partida o time que sofre menos gols me fez lembrar do competente zagueiro Andrés Escobar, capitão do Atlético Nacional de Medellin, da Colômbia. Na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos cometeu um erro: marcou um gol contra que eliminou a Colômbia. Onze dias depois foi morto a tiros.
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Asger Orluf diz que o futebol de 3 times elimina a bipolaridade que pode levar a crimes violentos. Mas esquece de dizer que no futebol de três times, dois times podem se unir para atacar aquele que estiver ganhando. Ou seja, enaltece a aliança e a traição.
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Por favor, não estou falando de política. Pensei apenas como se comportaria um dos times, diante de um pênalti duvidoso ocorrido entre os outros dois times.