BARRA MANSA
O Consórcio Barra Mansa está no alvo do vereador Wellington Pires (PP). Durante sessão ordinária da última terça-feira, ele discursou sobre possíveis irregularidades no serviço de transporte coletivo da cidade. Informou que no dia 12 de janeiro protocolou uma ação popular no fórum, com base em reclamações de passageiros e pretende apurar diversas irregularidades.
“Questiono primeiramente o descumprimento do edital quanto aos itens de segurança no transporte público municipal e a qualidade da prestação de serviço, que, inclusive, já falei diversas vezes nesta Casa”, afirmou, completando que diferente do previsto no edital, não há progressão para que os ônibus tenham ar condicionado; não foram instalados painéis eletrônicos nos terminais; e também não foi desenvolvido aplicativo contendo horários e itinerários dos ônibus.
O vereador falou de uma situação que envolve a compra de combustível para os ônibus do Consórcio Barra Mansa, composto pelas empresas Colitur e Triecon. Segundo ele, parece que foi descumprido o contrato de exclusividade com o posto Ipiranga, que está processando o consórcio. “Verifiquei qual seria o interesse em firmar convênio com o Ipiranga e vi que é um dos postos com gasolina mais cara da região. Tendo em vista que o valor do combustível influencia no reajuste da passagem, subentende-se que o contrato foi firmado para justificar o aumento. No entanto, na hora de comprar, optam pelo posto que vende mais barato e essa é uma das minhas articulações contidas na ação popular”, explicou Wellington.
A falta de informação do consórcio foi outro ponto mencionado por Wellington Pires. Ele lembrou de dois requerimentos de sua autoria, aprovados em plenário que não tiveram respostas coerentes por parte dos integrantes das empresas. Os pedidos eram para fornecimento de dados como número de motoristas, de cobradores e a planilha de custos utilizada para cálculo dos dois reajustes em 2016. Não tem como entender sequer qual o número de funcionários, pois houve uma confusão tremenda para prestar informação. Na ação, mencionei que eles responderam de qualquer forma, achando que estão ludibriando esta Casa, enquanto, na verdade, estão dando tiro no próprio pé”, ressaltou, informando que outro requerimento foi referente ao recolhimento de contribuição social dos funcionários. Os valores estão sendo descontados em contracheque, mas ainda não há comprovação de que estão sendo depositados.
A tão falada dupla função de motoristas foi lembrada pelo vereador em seu discurso. Ele disse que a ação também questiona essa situação, que é proibida por lei em Barra Mansa, mas que está com liminar alegando inconstitucionalidade na Justiça. Wellington se colocou à disposição do Sindicato dos Rodoviários. Os representantes do mesmo estavam na sessão da câmara. Eles receberam a cópia da ação popular para que protocolem na Justiça para sensibilizar o juiz.
Procurado, o presidente do Consórcio Barra Mansa, Paulo Afonso, disse que preferia não se manifestar, pois precisa conhecer o conteúdo da ação.