SÃO PAULO/PARANÁ/RESENDE
A direção da Volkswagen anunciou que a partir da quarta-feira, dia 24, vai paralisar as atividades em suas quatro fábricas de automóveis no Brasil, unidades situadas nos municípios de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, no Estado de São Paulo, e em São José dos Pinhais, no Paraná.
A Volkswagen afirmou que a suspensão dos trabalhos até o dia 4 de abril tem como causa o agravamento da pandemia do coronavírus no país. “Com o agravamento do número de casos da pandemia e o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares”, afirmou a montadora. Durante 12 dias os funcionários administrativos das unidades citadas atuarão em home office, numa decisão de paralisar a produção tomada em conjunto com os sindicatos dos trabalhadores.
O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no dia 21 revelou que em 24 horas foram registrados 47.774 novos casos e o número de pessoas que se recuperaram da doença chegou a 10.449.933. Por outro lado, o total de mortes foi de 294.042, com 1.290 óbitos em 24 horas. Havia ainda 1.254.258 casos em acompanhamento.
Por envolver a marca Volkswagen, a notícia despertou o alerta de moradores das Agulhas Negras, numa associação com a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), com sede em Resende. Trata-se de empresas distintas, sem dúvida. Mas, a pandemia provocou em 2020 diversas medidas de segurança aos trabalhadores em montadoras de Resende e região.
No caso da VWCO, para assegurar a segurança dos colaboradores contra o coronavírus a principal medida adotada em março do ano passado foi a concessão das férias coletivas de 30 de março a 14 de abril. Todas as áreas administrativas não ligadas à produção adotaram o expediente no formato home office, reduzindo a circulação em escritórios aos serviços essenciais. A produção foi mantida em níveis suficientes para o abastecimento de concessionários e importadores.
Com a iminente nova onda da Covid o A VOZ DA CIDADE questionou a direção da Volkswagen Caminhões e Ônibus sobre o risco de ocorrer na unidade de Resende possível suspensão de produção de veículos.
De forma sucinta e oficial, a empresa destacou que mantém os protocolos contra a Covid-19 e acompanha as orientações das autoridades. Entre as medidas preventivas constam a orientação para a higienização com álcool gel, aferição da temperatura corporal e o tradicional café da manhã na chegada dos trabalhadores na fábrica foi substituído por kits de desjejum para não haver compartilhamento de utensílios e aglomerações. “A VWCO se mantém acompanhando os desdobramentos da pandemia e vai seguir todas as diretrizes das autoridades locais. A produção em Resende (RJ) tem rígidos protocolos de segurança, e seus colaboradores participam de consecutivas campanhas de conscientização”, finaliza.
Importante frisar que a proposta do Governo do Estado em criar o chamado ‘superferiado’, do dia 26 de março a 4 de abril, demanda da aprovação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o que não impede a produção industrial, assim como de outros setores produtivos.
Caso seja aprovado, caberá às indústrias adotar regras conforme prática durante feriados na escala de seus funcionários. Já o comércio deverá restringir a 40% da capacidade, entre 12 e 20 horas, o total de clientes em shoppings e centros comerciais; as lojas teriam expediente entre 8 e 17 horas; o setor de serviços funcionamento das 12 às 20 horas e as feiras livres funcionarão a critério de cada município.