VOLTA REDONDA/BARRA MANSA
Segundo a definição do dicionário Aurélio, ‘voluntário é aquele que procede espontaneamente, movido pela vontade própria’. Resumindo, os voluntários são aquelas pessoas que trabalham para suprir alguma necessidade, doando seu tempo ou habilidade em prol de uma causa, sem receber nada em troca. E em homenagem a essas pessoas que ajudam o próximo, no Brasil, em 1985, o dia 28 de agosto ficou instituído como o Dia Nacional do Voluntariado (DNV). E dentre os milhares de voluntários que se doam em benefício do próximo, o A VOZ DA CIDADE conversou com algumas pessoas.
Existem várias formas de ajudar. Tem grupo que faz trabalho de arrecadação para doações, que oferece trabalho voluntário de capacitação, e há aqueles que dedicam seu tempo para levar alegria a quem precisa, que é o caso do grupo ‘Inimigos do Dodói’, de Volta Redonda, organizado pela Unimed. Com 17 anos de existência, conta com uma equipe de 25 integrantes que se vestem de palhaços para levar diversão às pessoas que estão em tratamento médico.
A supervisora de desenvolvimento médico do hospital Unimed, Andressa Ferreira Ribeiro, de 38 anos, contou que faz o trabalho voluntário no grupo ‘Inimigos do Dodói’ há cinco anos. Formada em Gestão em Recursos Humanos, Andresa afirma que o trabalho voluntário além de levar alegria ao próximo, a ajudou a crescer como pessoa. “Quando perdi minha mãe, entrei em depressão e pensei que não conseguiria fazer mais esse trabalho social, no entanto, foi exatamente esse trabalho que me levantou e fez com que eu me reencontrasse”, expôs, relatando que todos os participantes têm um nome fictício e o dela é ‘Dr. Biela’. “O foco do grupo é as crianças, mas nós passamos por todos os setores do hospital. Nos vestimos de palhaços e levamos alegria a quem precisa”, disse orgulhosa.
SIGAM-ME OS BONS
Falando em trazer alegria ao próximo, o grupo ‘Sigam-me os Bons’, organizado e coordenado pela volta-redondense Silmara Bernardo Rocha, de 34 anos, ajuda pessoas carentes com doações de roupas, medicamentos e alimentos. Além disso, existem os casos especiais, onde Silmara realiza um mutirão para construir casas as famílias necessitadas. “Sempre estou divulgando as coisas que as pessoas precisam, e existem pessoas que ajudam constantemente, outros que procuram para ajudar às vezes”, explicou, contando que além do serviço voluntário, ela trabalha em uma empresa de higienização de estofados e no negócio da família de câmara frigorifica.
Silmara ainda relatou que faz o serviço voluntário desde 2012, e que nesse ano está construindo uma casa para uma família do bairro Mariana Torres. “Essa é a segunda casa feita do zero pelo grupo”, disse com alegria, afirmando que para realizar o trabalho voluntário é preciso ter vontade de ajudar sem receber nada em troca, disponibilidade, disciplina e coragem.
Grupo ‘Sigam-me os Bons’ ajudou famílias carentes a construírem casas do zero – Foto Divulgação
MAIOR COMPROMETIMENTO
E como é fazer um trabalho de voluntariado? É solitário ou mais pessoas têm se interessado em fazer parte dessa rede de solidariedade? Em Barra Mansa existe a ONG Conectando Sorrisos. O fundador, Marcello Rodrigues Messias, contou que até tem aumentado o número de voluntários. O problema é que a rotatividade ainda é alta, ou seja, alguns entram mensalmente, mas muitos não são constantes nas ações realizadas. Na ONG, por exemplo, são 200 participantes, sendo 60 ativos. Em cada ação, cerca de 20 pessoas participam e, mensalmente, 20 pessoas se voluntariam.
A ONG Conectando Sorrisos desenvolve três projetos: AmarVos, Acolher e Contar. O AmarVos acontece em duas frentes nos asilos: com doações e a realização de atividades, e com ações de saúde. O Acolher é realizado em escolas e creches, onde são levadas mensalmente atividades lúdicas. E o Contar é um projeto de leitura itinerante, voltado para comunidades rurais.
Mensalmente são de quatro a seis atividades realizadas. Questionado sobre o que pode ser melhorado no trabalho de voluntariado, Marcello contou que o apoio das prefeituras e estado, seria muito importante. “Tudo que fazemos é por iniciativa nossa, correr atrás de doações, combustível nos carros. Se tivéssemos uma sede, por exemplo, conseguiríamos fazer reuniões com mais facilidade e até oferecer capacitações, como curso de inglês, por exemplo”, disse Marcello que desde 2007 é voluntário em ações. A ONG Conectando Sorrisos existe há um ano e oito meses.
O Brasil tem 7,2 milhões de pessoas que fazem trabalho voluntário
Segundo foi divulgado em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano 2018 o voluntariado foi praticado por 7,2 milhões de pessoas no país. Sendo que a maior incidência (8%) tem ensino superior completo e são mulheres. Os serviços voluntariados prestados em congregação religiosa, sindicato, condomínio, partido político, escola, hospitalar e asilo, representam 79,9% dos números; Já em associação de moradores, associação esportiva, ONGs, grupo de apoio ou outra organização, é de 13%. E as iniciativas individuais são de 9,8%.