VOLTA REDONDA
Volta Redonda abriu oficialmente, na sexta-feira, dia 5, o Natal da Cidadania 2025, em uma noite marcada por emoção e apresentações que reforçaram o compromisso do município com a inclusão. A Praça Brasil, na Vila Santa Cecília, recebeu um grande público para prestigiar atrações musicais da Fanfarra da Melhor Idade, do Coral da Escola Municipal Especializada Dr. Hilton Rocha, de pessoas com Transtorno do Espectro Austista (TEA) do projeto E.V.Oluir, além da Fanfarra da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
“Foi uma noite que celebramos e mostramos que inclusão não é apenas discurso, é prática, presença e pertencimento. Cada apresentação trouxe histórias e trajetórias que, juntas, retratam o quanto nossa cidade está a cada dia mais acessível para todos, sejam as pessoas com deficiência ou nossos idosos da Melhor Idade”, afirmou o prefeito Antonio Francisco Neto.
A Fanfarra da Melhor Idade foi a primeira a se apresentar e levou ao palco energia, emoção e carisma, reforçando o protagonismo da pessoa idosa e a importância da convivência na promoção do envelhecimento ativo. A participação na abertura do Natal da Cidadania foi recebida com entusiasmo pelo grupo, que aguardou o momento com grande expectativa.
Segundo os integrantes, o convite representou reconhecimento e valorização do trabalho desenvolvido ao longo dos anos, e o maestro Maurílio Luciano destacou o significado da apresentação para o grupo.
“Foi uma emoção enorme participar da abertura do Natal. Os integrantes ficaram contando as horas para subir ao palco. A fanfarra representa convivência, alegria e superação para todos nós. Ver a valorização da pessoa idosa e o espaço que a prefeitura tem nos dado fortalece ainda mais nosso trabalho. Participar de um evento tão significativo para a cidade reafirma o lugar da pessoa idosa na vida cultural do município”, destacou o maestro, lembrando que a Fanfarra da Melhor Idade é formada por 40 integrantes, com idade a partir dos 60 anos – a participante mais idosa tem 92 anos –, tendo iniciado suas atividades em 2006.
Escola Dr. Hilton Rocha emociona o público com repertório especial
Outro destaque da noite foi a apresentação da Escola Municipal Especializada Dr. Hilton Rocha, que atende 89 estudantes com Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reabilitação de pessoas com deficiência visual. Quézia Moreira, 38 anos, moradora do bairro Siderlândia, estudante da escola há aproximadamente sete anos e integrante do coral, compartilhou sua trajetória e falou sobre a apresentação na abertura oficial do Natal em Volta Redonda.
“Perdi a visão total há oito anos, devido a um descolamento de retina causado pelo diabetes. Foi um momento muito difícil, mas a vida me ensinou a redescobrir caminhos e a encontrar força em novas formas de enxergar o mundo. Participar da abertura do Natal da nossa cidade é muito especial para mim. Fazer parte do grupo de amigos cegos e poder cantar diante de tantas pessoas é uma alegria imensa. A música sempre foi meu refúgio, um caminho de fé, força e superação. Essa apresentação representa esperança, união e a certeza de que todos podemos iluminar a vida uns dos outros. Poder contribuir para a magia e o espírito de amor do Natal é uma honra imensa, e me enche de gratidão e orgulho”, destacou a aluna.
Projeto E.V.Oluir: música e representatividade autista na festa da cidade
O Projeto E.V.Oluir trouxe um grupo de crianças e adolescentes autistas que transformaram afeto, coragem e autenticidade em arte. A apresentação foi preparada ao longo das atividades terapêuticas, onde a música é utilizada como ponte para comunicação, expressão e desenvolvimento.
Luciana Carla Costa de Sousa Lamon, mãe de Pedro, 15 anos, e de Esther, 9 anos, comentou o momento especial para toda a família. “É emocionante ver nossos filhos ocupando um espaço que reafirma que eles fazem parte da sociedade. O Natal já é um período muito bonito, e ter visibilidade para as nossas crianças torna tudo ainda mais significativo. O Pedro tem diagnóstico desde os dois anos e meio, e vimos o quanto a inclusão ajuda a enfrentar o preconceito. Quando eles têm oportunidades como esta, eles ganham voz, e nós, famílias, ganhamos esperança”, concluiu Luciana.
Fanfarra da Apae leva ritmo e superação ao palco
Com 45 assistidos, a Fanfarra da Apae de Volta Redonda também marcou presença na abertura do Natal da Cidadania. Sob regência do maestro Cirineu Pires, o grupo trabalha disciplina, autoestima e desenvolvimento cognitivo por meio da música.
Juliana Cordeiro Silva Marçal, mãe de Ana Clara, 24 anos, que toca bumbo, compartilhou sua emoção pelo momento vivido. “Ver minha filha tocando na abertura da Casa do Papai Noel foi incrível. Ela ama o Papai Noel e viver essa experiência, participando de um evento tão mágico, é emocionante, ela chegou a ficar com os olhos cheios de lágrimas. É gratificante ver a sociedade reconhecendo que as pessoas atípicas podem conviver, se expressar e brilhar junto com todos”, relatou Juliana.
Ana Clara toca na fanfarra há anos, participa de desfiles como o do 7 de setembro e outros eventos, e a experiência na Casa do Papai Noel reforça a autoestima, o talento e o pertencimento. “Como mãe, ver o esforço dela, o trabalho da fanfarra e a atenção da prefeitura é emocionante. É um momento de alegria, orgulho e reconhecimento, não só para Ana Clara, mas para todos os jovens e adolescentes com deficiência que participam”, disse a mãe emocionada.
O prefeito Antonio Francisco Neto se mostrou emocionado com as apresentações musicais e reforçou o compromisso da prefeitura em investir para promover constantemente a inclusão na cidade.
“Foi lindo, uma verdadeira festa da inclusão. Ver nossos idosos, autistas e outras pessoas com deficiência, todo mundo celebrando junto, mostra o quanto nosso Natal é cidadão, inclusivo, solidário. Que esse espírito contagie todos durante todo o ano”, falou o prefeito Neto.






