RIO/SUL FLUMINENSE
As vendas do comércio varejista cresceram 0,6% em setembro, quinta taxa positiva consecutiva desde maio. Apesar da trajetória de crescimento, o resultado indica uma desaceleração frente às altas dos meses anteriores. Em relação a setembro de 2019, o comércio cresceu 7,3%. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a variação de 0,6% em setembro, o patamar do comércio varejista, que já havia atingido nível recorde em agosto, continua em crescimento. “Trata-se de uma diminuição do ritmo de crescimento nos volumes do varejo nacional. A desaceleração é natural e representa uma acomodação, porque as quedas de março e abril foram muito expressivas, o que fez com que os meses seguintes de recuperação também tivessem altas intensas. A desaceleração é como se a série estivesse voltando à normalidade”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Em relação ao trimestre de maio a junho, a alta de julho a setembro foi de 17,2%. “Isso ocorreu, porque os trimestres anteriores apresentaram desempenho muito baixo: -1,9% no primeiro e -8,5% no segundo. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o aumento é de 6,3%, a maior alta desde 2014”, ressalta Santos.
SETORES COM TAXAS POSITIVAS
Entre as oito atividades pesquisadas, cinco tiveram taxas positivas na comparação com agosto: Livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (8,9%); Combustíveis e lubrificantes (3,1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,1%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (1,1%) e Móveis e eletrodomésticos (1,0%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuraram três setores: Tecidos, vestuário e calçados (-2,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0.4%). “As vendas em setembro reduziram um pouco, tivemos feriados e acho que as pessoas aguardam o fim de ano pra comprar. Nossa esperança agora é a Black Friday e o Natal”, afirma o gerente de uma loja de calçados em Resende, Peterson Almeida, com queda de 5% nas vendas no nono mês do ano.
Móveis e eletrodomésticos e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, continuam com crescimento. Parte desse desempenho pode estar relacionado ao home office de trabalhadores do grupo de risco. A PMC mostra também que o setor de Hiper e supermercados segue impactado pela inflação de alimentos. De abril a setembro, o setor teve crescimento de 10,6% na receita, enquanto em volume, o ganho foi de 4,7% nesse período.
O comércio varejista ampliado – que contempla Veículos e Materiais de construção – cresceu 1,2% em relação a agosto. O setor de Veículos, motos, partes e peças registrou crescimento de 5,2% enquanto em Material de construção, o aumento foi 2,6%.
ALTA DOS MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO
O comércio varejista ampliado – que contempla Veículos e Materiais de construção – cresceu 1,2% em relação a agosto de 2020, quinta variação positiva consecutiva deste indicador. O setor de Veículos, motos, partes e peças registrou crescimento de 5,2% enquanto em Material de construção, o aumento foi 2,6%, ambos, respectivamente, após avanços de 8,3% e 3,6% no mês anterior.
O setor de Veículos está entre os que lideram as taxas negativas em 2020. No acumulado no ano (-18,1%), embora mostre ganho de ritmo, está no campo negativo desde março de 2020. Nos últimos 12 meses, ao registrar -11,6% até setembro, mostra perda de ritmo em relação ao acumulado até agosto (-10,7%). “Veículos, motos, partes e peças ainda está 9,3% abaixo do nível de fevereiro e é um dos setores que mais sofreu e que está demorando mais a tomar tração”, diz Santos.