VOLTA REDONDA
Devido à pandemia por causa do novo coronavirus (Covid-19), as agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ficaram quase dez meses sem o atendimento total. No inicio do mês, parte delas voltou a funcionar no Estado, mas as reclamações pela demora no atendimento para perícias e solicitações de benefícios continuam. Em Volta Redonda, não é diferente. Muitos reclamantes se queixam que mesmo agendando, o atendimento não é garantido.
Uma das denunciantes, que preferiu não se identificar, contou que depois de ter agendado, foi a agência no último dia 17 para resolver sua situação e não conseguiu. “Cheguei na agência e o que encontrei foi o local às escuras, banheiro sem funcionar e quase ninguém trabalhando para fazer o atendimento”, contou a usuária, lembrando que como ela outras dezenas de pessoas enfrentam o mesmo problema.
Disse a mulher que na agência foi informada que no momento não tinha funcionários para atendê-la e que somente na parte da tarde poderiam conseguir com um estagiário. . “Eu e outras pessoas tivemos a informação de que o atendimento só na parte da tarde, mesmo marcados para a parte da manhã. Então voltei à tarde e por incrível que pareça recebi o mesmo comunicado. A partir daí comecei a desconfiar, pois nem o telefone da agência atende. Voltei nos dias seguintes e até ontem, nada. Acho que estamos fazendo papel de bobos”, disse a mulher.
NA MESMA SITUAÇÃO
Outra usuária declarou que está na mesma situação. Disse que desde abril está tentando entrar no INSS, mas devido à pandemia não consegue. Só que, em outubro foi pedida uma pericia presencial e como o posto de Volta Redonda não estava atendendo, ela foi obrigada a ir a Paracambi. Só que, mesmo com a volta das atividades nas agências, de acordo com a usuária, a situação continua a mesma. “Fui informada que a agência está precária, pois além da falta e funcionários, a agência está sem luz, banheiro fechado, ar condicionado não funciona e outros problemas. Tudo isso, não pela pandemia. Como fui informada, a empresa contratada para fazer a manutenção física do prédio não cumpriu o contrato e assim o espaço não tem como receber ninguém. No último dia, ficamos mais de 40 minutos esperando atendimento e ninguém para nos atender. É uma vergonha, falta de compromisso com a população”, criticou a mulher.
A usuária ressaltou que outras pessoas que chegaram depois dela em todas as vezes que esteve na agência, foram embora sem atendimento. A maioria, segundo a mulher, estava com pericia marcada pelo 135. Alguns totalmente debilitados em cadeira de rodas ou usando muletas. “Temos que passar por isso, pois a manutenção do local não foi feita. São coisas pequenas impedindo o nosso atendimento. É revoltante. E para completar tivemos a informação que não tem previsão para a conclusão da manutenção física do prédio. Pode ser só em fevereiro ou março, ainda mais que a pandemia está retornando”, contou a usuária.
VOLTANDO A TRABALHAR DE FORMA REDUZIDA
Procurado pelo A VOZ DA CIDADE, o técnico de comunicação da Gerência Executiva do INSS na Região, José Carlos Vieira Santos, informou que, não só a agência de Volta Redonda, mas a nível Brasil, os postos estão voltando a trabalhar de forma reduzida. “Nem tudo está funcionando normal. Está tudo controlado e no máximo a agência recebe quatro pessoas por hora. O acesso às dependências da agência está liberado moderadamente e como não há fluxo de público, a manutenção predial também não voltou ao normal, como os servidores”, informou.
Ainda de acordo com José Carlos, mesmo com o pouco fluxo de público, o INSS em Volta Redonda está realizando todos os serviços essências, como
o atendimento exigência expressa. O usuário só aparece na agência depois de ter entrado com pedido do serviço via internet e para evitar contato, a pessoa coloca os pedidos na caixa coletora na porta da agência. “Só que não é todo dia que essa caixa coletora está no local. Depende do agendamento”, explicou, lembrando que outro tipo de atendimento que não deixou de ser feito é a apresentação de defesa. Quando o usuário tem que apresentar a defesa para o processo atendido. A pessoa entra com a documentação e sai. “O próprio servidor vai dar o tratamento ao usuário”, contou.
O terceiro atendimento que não deixou de ser feito é a entrada de documentação por convocação. Quando a pessoa que foi convocada recebe uma convocação por carta para comparecer à agência. O quarto atendimento feito é o cumprimento de exigência. “Quando o usuário tem que trazer o documento na agência e junto com o servidor completa dados que faltam na documentação. É a digitalização que faltou nos dados. De um leque bem grande de serviços, esses quatro são os quatro que não deixaram de ser feitos. Todos com agendamento marcado”, concluiu.