BARRA MANSA
Após uma semana de oficinas artísticas na programação do Tomada Urbana ato XI acontece neste sábado, às 11 horas, a apresentação do resultado da imersão e criação coletiva ‘Se Esse Parque Fosse Parque’. O público irá conferir um trabalho pensado na ocupação artística do Parque da Cidade Natanael Geremias, local onde fica a Sala de Espetáculos Tulhas do Café, que o Coletivo Sala Preta ocupa artisticamente há oito anos. A entrada é franca.
No ano em que o Coletivo Sala Preta completa dez anos de arte, política e reexistência, o coletivo propôs a todos os participantes, artistas e público, a experiência da convivência e criação em um ambiente carregado de histórias apagadas e negligenciadas.
Além da visita guiada às dependências do Parque da Cidade com o Centro de Memória Genival Luis da Silva, trouxe relatos das violações dos direitos humanos em Barra Mansa, a imersão Se Esse Parque Fosse Parque’ contou com oficina de teatro com os grupos Sala Preta e Coletivo de Teatro Contramão, de Taubaté (SP); dança com Delia Paulina de León Cantú, da Cia. Los 250 Mil (México); e música com Pedro Morales (México). “Nosso desejo é fomentar valores de cooperação, solidariedade, respeito às pessoas, incentivando a imaginação e criatividade, possibilitando experiências que ampliem a percepção do contexto em que se encontra o Parque da Cidade Natanael Geremias”, explicou a produtora do Sala Preta, Luísa Ritter.
Conhecido como antigo quartel, o Parque da Cidade abrigou a partir de 1950 o 1º BIB – Batalhão de Infantaria Blindada do exército, local que funcionou como centro de tortura e repressão da região sul fluminense no período da ditadura militar, onde ocorreram as maiores violações aos direitos humanos após o golpe de 64. Essa história é desconhecida por muitos cidadãos de Barra Mansa e da região. Em 2016, o MPF publicou um Termo de Ajuste de Conduta que determina que o Parque seja usado para lazer, cultura, esporte e que faça conhecer a sua história.
Histórico
A primeira edição do festival aconteceu em Barra Mansa/RJ em 2009. É realizado anualmente pelo Coletivo Sala Preta. A cada edição se desenvolveu e adequou seu formato, estendendo-se para outras cidades e países. O festival já foi realizado , também em Resende, Volta Redonda e Belo Horizonte no Brasil; além da Cidade do México, Zimapán, Teocelo, Mérida e Pachuca no México, na cidade de Macerata, na Itália e em Montevidéu, no Uruguai.
Em todos os anos o Tomada Urbana tem como prioridade apropriar-se dos espaços públicos, gerando diálogos entre artistas, cidades, instituições e o público. Durante os dias de festival, propõe construir coletivamente espaços de exposição, expressão, intercâmbio de conhecimentos e convivência cultural em comunidades sem infraestrutura cultural sistematizada.
