BARRA MANSA/VOLTA REDONDA
Faltando um dia apenas para o Natal, o comércio de Barra Mansa e Volta Redonda segue bastante movimentado pelos consumidores de última hora. Nos dois municípios, com o horário de funcionamento estendido, na sexta-feira, dia 23, as lojas receberam centenas de pessoas em busca dos presentinhos. A expectativa dos lojistas é que neste sábado, 24, véspera de Natal, o movimento continue.
Comerciantes de Barra Mansa e Volta Redonda, ouvidos pelo A VOZ DA CDADE, acreditam que aquelas pessoas que trabalham fora e não dispõem de tempo para comprar ou até mesmo aquelas que ainda não tinham recebido pagamento, hoje possam ir às compras. Para os comerciantes, são os últimos momentos para as compras antes da data mais importante e movimentada do comércio todos os anos. “Por um motivo ou outro, grande parte das pessoas deixa as compras para última hora. E isso para o comércio é muito bom”, declarou o vendedor de uma loja de roupas do Centro de Barra Mansa.
AUMENTO NA PROCURA POR PRESENTES
Vendedora de uma loja de utensílios na Avenida Amaral Peixoto, em Volta Redonda, Taís Humberto dos Santos, de 25 anos, contou que a procura por presentes aumentou muito desde terça-feira, dia 20. Segundo ela, essa procura de presentes de última hora deve fechar a semana com um aumento de até 10% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. “Com certeza, as pessoas estão comprando mais este ano e com o horário do comércio estendido, a movimentação aumenta”, contou.
Nas duas cidades, o Sindicato do Comércio Varejista sugeriu o horário estendido no mês de dezembro para atender melhor os consumidores. Segundo o presidente do Sicomércio-VR, Levi Freitas, já é tradição, o comércio abrir com horário ampliado, em dezembro. Até ontem, o horário do comércio sugerido para as duas cidades foi das 8h30min às 22 horas. Hoje, dia 24, o funcionamento será das 8h30min às 18h30min.
VOLTA REDONDA
Funcionando em horário ampliado desde o início do mês, o comércio de Volta Redonda deverá ser aquecido nos dois dias que antecedem o Natal. Segundo os lojistas, são os chamados clientes de última hora. Vale lembrar que para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR), o comércio local deve fechar com faturamento em alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado pelo menos 30% a mais em comparação a outros meses do ano, principalmente, porque as lojas ficaram fechadas quase três meses, entre março e julho, somando os dias de proibição por decretos municipais.
Com a ampliação no horário de funcionamento do comércio, as pessoas que trabalham estão tendo mais tempo para fazer as compras, mas mesmo assim a maioria acaba deixando para a última hora. É o caso da aposentada Eunice Aparecida Pereira, de 63 anos. Segundo ela, como toma conta de dois netos menores para a filha trabalhar, fica difícil sair de casa para ir às compras. Além disso, de acordo com ela, tem a pandemia. “Eu quase não saio de casa e quando saio não gosto de aglomeração. Só agora consegui dar uma saidinha e comprar uma roupinha pra mim e meus netos. Com pouco dinheiro e com pandemia, o melhor é ficar em casa ou deixar para a última hora para não gastar muito”, declarou a aposentada.
MUDANÇA NO COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Volta Redonda (Sicomércio-VR), Jerônimo dos Santos, este ano, o que se tem visto é uma mudança no comportamento dos consumidores também por conta da pandemia. Lembrou que, diferentemente de outros dezembros, quando a maioria deixava as compras para a última hora, este ano, as pessoas buscaram antecipar as compras para evitar filas, mas mesmo assim, as compras de última hora não deixam de acontecer. Prova disso é o movimento apresentado ontem nas lojas dos bairros Aterrado, Amaral Peixoto, no Centro, Retiro e Vila Santa Cecília.
Vale ressaltar que, desde o inicio do mês, o comércio de Volta Redonda está funcionando em horário ampliado para atender os consumidores, com mais flexibilidade. As lojas estão funcionando até às 22 horas. “Essas horas a mais durante a pandemia são ainda mais importantes, porque ajudam a distribuir a quantidade de pessoas nas ruas, evitando aglomeração. Quem trabalha de manhã pode ir à tarde ou à noite. Quem não trabalha no fim de semana, pode aproveitar a folga para comprar. Além disso, com a internet, o consumidor ainda pode comprar pelo whatsapp das lojas, redes sociais”, finalizou Jerônimo.
SUL FLUMINENSE
Lojas lotadas de clientes, comércio com horário estendido e grande fluxo de pedestres e veículos pela região comercial dos municípios. Estes são alguns dos fatos provocados pela busca da compra ideal, da garantia do desconto daquele produto que o consumidor tanto almeja. Assim é o Natal, que em meio ao clima de confraternização movimenta a economia nacional em diversos setores com a tradição da troca de presentes.
E faltando menos de uma semana para o Natal, celebrado na próxima terça-feira, dia 25, alguns consumidores brasileiros devem manter o costume de deixar tudo para a última hora. Da compra dos itens da ceia no dia 24, quanto à compra de presentes. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) serão 9,3 milhões de pessoas em compras nesta semana. No Sul Fluminense a situação não é diferente e muitos consumidores devem aproveitar o fim de semana pra realizar suas compras. “Eu espero o pagamento do décimo terceiro para comprar meu presente e dos filhos. Quero sair às compras no sábado, deixando as crianças com o pai, em casa. E tem ainda a ceia, quero fazer mercado no domingo ou na segunda, pois deve ter coisas frescas e promoções”, comenta a dona de casa Talita Precioso, que se assume como consumidora de última hora. “A vida é corrida e sem dinheiro não dá, aí acaba ficando mesmo pra última hora. E dá certo porque os preços podem baixar e ainda sair lucrando”, comenta.
O levantamento da CNDL/SPC mostra que entre os consumidores que pretendem ir às compras nesta semana a principal justificativa é a espera por promoções relâmpagos (55%) que podem ajudar a economizar na aquisição de presentes. Outros 22% estão aguardando o pagamento da segunda parcela do 13º salário, enquanto 14% alegam falta de tempo para procurar todos os presentes da lista. Há ainda 14% de entrevistados que admitem falta de organização e 5% que culpam a preguiça de fazer compras, deixando a tarefa para o limite da data comemorativa.
Por outro lado, existe também a espera planejada, aquela que o consumidor observa os preços e produtos em destaque durante o Natal e, somente em janeiro de 2019, sai às compras se ocorrer o ‘Saldão de Natal’. “Comprei um celular desta maneira, no início do ano. Baixou 20% o valor que era vendido no Natal e foi questão de aguardar alguns dias e contar com a sorte de ter a mercadoria em estoque. Não sou consumista, acho legal o movimento nas lojas, as pessoas comprando. Mas, eu mesmo, prefiro aguardar a liquidação depois do Natal”, conta a manicure Rosalina Pereira. Ela está no universo dos 2% dos entrevistados da pesquisa da CNDL/SPC que vão adiar as compras natalinas para janeiro de 2019, preferindo aproveitar as liquidações de início de ano.
CONTROLE E DISCIPLINA
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, deixar as compras de Natal para a última hora é uma atitude equivocada para quem pretende economizar. “Se o consumidor deixa para comprar muito em cima da hora, acaba não tendo tempo para pesquisar preços em diferentes lojas ou encontrar opções de produtos mais baratas. Além disso, com as lojas cheias, os produtos mais baratos acabam mais cedo nos estoques”, alerta a economista.
De acordo com o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, na pressa para garantir todos os itens da lista e não deixar ninguém sem presente, o consumidor acaba dando menos importância aos detalhes, cedendo às compras impulsivas. “A pressa é inimiga do planejamento. O ideal é fazer uma lista de todos os presenteados e fixar um valor do quanto se pode gastar. Dessa forma, não há perigo de exceder o valor com a compra de outros presentes que não estavam previstos”, adverte Vignoli.