De 25 a 28 deste mês acontece em Quito, no Equador, o 8º Fórum Mundial da Bicicleta -‘Mingamos’. O World Bicycle Forum (WBF) é o mais importante evento internacional de cidadãos em favor da mobilidade sustentável. O Grupo Bike Anjo, de Volta Redonda, marcará presença no evento levando o projeto ‘Bike para Todos’. O WBF foi projetado, organizado e mantido por cidadãos de vários países do mundo. O fórum nasceu de um desastroso incidente que ocorreu em 25 de fevereiro de 2011, durante um passeio de bicicleta por Porto Alegre promovido pelo grupo Massa Crítica – movimento que realiza atos pelas ruas com o objetivo de divulgar a bicicleta como meio de transporte, quando o bancário Ricardo Neis que estava de carro, ao passar pelo grupo, atropelou 17 ciclistas.
Em novembro de 2016 Neis foi condenado a 12 anos e nove meses de prisão, em regime fechado, por 11 tentativas de homicídio e cinco acusações por lesão corporal.
Após o atropelamento, as pessoas que testemunharam decidiram dar um toque positivo a este fato e criaram o World Bicycle Forum (WBF), que desde 2012, se reúne todos os anos para discutir os avanços da mobilidade urbana e apresentar projetos.
Uma experiência realizada no Sul Fluminense será apresentada em Quito. Um grupo do projeto Bike Anjo, da Cidade do Aço, levará o projeto ‘Bike pra Todos’, que consiste em bicicletas diferenciadas, inclusivas, adaptadas como ODKV (O de cá vê), Tandem, Hand Bike e dobráveis. Todas elas, sem exceção, oferece um jeito libertador para as pessoas com deficiência visual, com Síndrome de Down, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mobilidade reduzida e idosos a pedalarem com segurança e prazer pela cidade. Neste contexto, o grupo de voluntários realiza atividades como: corridas de bike no Kartódromo Internacional de Volta Redonda, passeios em parques e zoológico, passeios pela cidade, ida à feira e eventos locais.
O ponto chave do projeto é o kit reversível conhecido como ODKV que transforma um par de bicicletas gêmea convencional urbana em uma ferramenta de inclusão, acessibilidade e liberdade, dando oportunidade ao deficiente visual de guiar a bicicleta em uma experiência sensorial incrível, pois o instrutor cruza os braços, soltando o guidão e deixa o aluno guiar apenas por seus comandos de voz e áudio-descrição do caminho a ser percorrido. A partir disso foram descobertas diversas formas para o uso da bicicleta com cegos e pessoas em outras condições como: dois cegos na mesma bike ou apenas um, com o instrutor fora da bicicleta; cegos guiando a Tandem sentados na dianteira e o instrutor de carona, entre outras possibilidades.
André Vaz, um dos membros do grupo Bike Anjo de Volta Redonda, que estará presente em Quito, falou da experiência do lançamento e desenvolvimento do projeto que será apresentado no Fórum Mundial da Bicicleta. “No lançamento do projeto em 16 de dezembro do ano passado, não tivemos a participação de nenhum cadeirante na atividade. No entanto, faltou bicicleta para uma participante, a Quézia que é cega, porém uma pessoa muito corajosa e determinada que já havia tido a experiência com uma bike. Sugeri a ela pedalar com a Hand Bike num trecho de quatro quilômetros, e ela topou na hora. Lembro que, na ocasião, todos voluntários ficaram apreensivos, acharam bastante arriscado, pois ela estaria em uma bike sozinha. Mas ainda assim, ela topou o desafio. Segui ao lado dela passando as coordenadas e assim percorremos os quatro quilômetros”, lembrou Vaz, bastante emocionado por ter proporcionado a uma pessoa cega uma sensação, até então, inimaginável.
“A oportunidade dessa experiência foi incrível, graças a Deus e a nossa equipe atenciosa deu tudo certo. Concluímos o percurso até a Ilha São João com uma pessoa cega guiando uma bicicleta para cadeirante, coisa inimaginável num cenário comum. Ainda mais por que é um tremendo esforço pedalar com as mãos e essa bicicleta tem a direção muito sensível, qualquer toque para o lado ela já vira bastante”, completou André Vaz.
‘NÃO QUERO PARAR MAIS’
A volta-redondense, Quézia Moreira, de 31 anos, ficou cega há cerca de um ano e meio por conta de um deslocamento de retina nos dois olhos. Sempre pedalei, e após ter ficado cega só voltei a ter a oportunidade com o grupo Bike Anjo que nos proporciona esses momentos de felicidade. Num primeiro momento, o medo bateu, pois é algo meio inusitado, mas com a ajuda deles, ganhei confiança e agora não quero parar mais, a sensação de liberdade o ventinho é indescritível. Nós cegos, deficientes, qualquer pessoa, podemos realizar tudo que o que quisermos e desejarmos”, disse Quézia.
INCLUSÃO
A outra parte do projeto ‘Bike Para Todos’ tem ainda atendimento personalizado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Down. Onde algumas pessoas precisam de acompanhamento exclusivo em ambiente sem poluição visual e/ou sonora, às vezes próximos de suas casas e locais comuns a rotina dela.
Vicente Sacramento que é outro ‘bike anjo’ que estará em Quito, disse que para esse grupo específico há uma abordagem diferenciada. “Para eles usamos bicicletas dobráveis, que é mais fácil para o transporte e regulável pra ajustar ao tipo físico do aluno”, comentou Vicente, citando uma capacitação em que alguns voluntários participaram. “Tivemos recentemente uma capacitação para um grupo limitado de seis voluntários do Bike Anjo VR por conta do espaço e disponibilidade da professora Cláudia Moraes, do Grupo Autismo Sul Fluminense que está nos guiando pra seguir com êxito nesse desafio. A ideia é que ao surgir essa demanda, possamos ter voluntários pelas mais diversas regiões da cidade com bicicletas dobráveis para doar uma hora semanal de seu tempo para determinado aluno até que ele conclua o aprendizado e consiga pedalar sozinho” contou Sacramento.
Ainda sobre o trabalho de inclusão, André Vaz revelou que a inspiração do grupo para o trabalho foi através da voluntária Daniele Assunção que começou com esse atendimento personalizado e conseguiu ensinar e emocionar a todos (alunos, pais e voluntários).
EXPECTATIVA
Falando do que espera para o fórum, André Vaz e Vicente Sacramento comungam do mesmo objetivo que é apresentar o projeto para que muitas outras pessoas possam se beneficiar deles em suas cidades. “Nossa ideia em Quito é passar essa emoção e inspirar multiplicadores pra que esse projeto se espalhe pelo mundo e possa oferecer diversão, felicidade e acima de tudo, proporcionar uma inclusão, pois assim como nós temos os nossos direitos, essas pessoas com algum tipo de deficiência também possam desfrutas de seus direitos”, comentou Vaz, tendo total apoio de Vicente.
Aproveitando a oportunidade, André Vaz fez questão de agradecer todas as pessoas que colaboraram com a Vaquinha Virtual para que o grupo pudesse participar do 8º Fórum Mundial de Bicicleta. “A vaquinha nacional deu super certo, além de termos sido contemplados no edital de parceria do Banco Itaú com a União dos Ciclistas do Brasil (UCB), tivemos também um sorteado entre os demais núcleos da articulação Bike Anjo pela vaquinha on-line, e com isso teremos dois representantes de Volta Redonda em Quito”, agradeceu Vaz.
RESENDE
Nesta quarta-feira, dia 21 de março, comemora-se o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data será celebrada em Resende com evento na Casa da Amizade, de Resende, situada na Rua Paul Harris, no Centro – atrás do terminal rodoviário. A atividade promovida pela Associação Pestalozzi de Resende e a Secretaria Municipal de Educação será realizada entre 8 horas e 12 horas, com um ciclo de palestras. O evento é dirigido às pessoas com síndrome de down, seus familiares, profissionais que atuam na área e também à comunidade em geral.
A Associação Pestalozzi de Resende assiste 32 pessoas com síndrome de down. Além das palestras, haverá a apresentação de trabalhos dos alunos da Pestalozzi de Resende. A primeira palestra terá como tema “A inclusão da pessoa com síndrome de down no ensino superior”, ministrada pela palestrante Flávia Carvalho, portadora da síndrome de down e aluna no curso de Pedagogia da Universidade de Barra Mansa (UBM). Em seguida haverá debate sobre o tema com a participação de Márcia Beatriz Alves, supervisora do Núcleo de Acessibilidade da UBM, e de Edméia Carvalho, coordenadora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Quatis.
A síndrome de down é genética, se caracteriza pela alteração nos cromossomas do indivíduo, acarretando um atraso neuropsicomotor e relativa deficiência intelectual.
ENTIDADE
A Associação Pestalozzi de Resende entidade filantrópica fundada em 22 de agosto de 1969 tem por fins o estudo, a assistência, o tratamento e a educação de crianças e adolescentes e adultos que necessitam de assistência, psicopedagógica, médica, odontológica e de reabilitação. A entidade não remunera os membros de sua Diretoria, dos seus conselhos Fiscal, Administrativo e Consultivo e do grupo de apoio voluntário, pelo exercício específico de suas funções, aplicando integralmente suas rendas, recursos e eventuais resultados operacionais na manutenção e desenvolvimento dos objetivos da instituição.
Inicialmente suas atividades foram desenvolvidas em vários locais, principalmente, na Casa da Amizade, numa casa situada a Praça Coelho Gomes e também na Igreja do Rosário. Seu atual prédio, a Escola Edouard Michelin, na Rua Coronel Rocha Santos, nº 656, no Jardim Brasília II, foi doado a Prefeitura de Resende, em 1984, pela Companhia de Pneumáticos Michelin Indústria e Comércio, para usufruto da Associação Pestalozzi. O nome da escola é homenagem ao Dr. Edouard Michelin, valorizando seu ato humanitário e contínuo com a instituição. A principal missão é promover a educação, o tratamento e a inclusão social de pessoas com deficiência. Prestar atendimentos para pessoas com deficiência intelectual, paralisia cerebral e Síndrome de Down.
AEDB concede bolsa de estudo integral aos melhores alunos
O estudante aplicado que conseguir se destacar com a melhor média em todos os anos de seu curso nas Faculdades Dom Bosco – mantidas pela Associação Educacional Dom Bosco (AEDB) – vai se graduar sem pagar mensalidade.
Por meio do Prêmio Antonio Esteves, premiação promovida anualmente para incentivar a dedicação aos estudos e valorizar o mérito intelectual de seus alunos, a AEDB concede bolsa de estudo integral para o ano seguinte, aos primeiros classificados no ano anterior, em função de seus coeficientes de rendimento. Os premiados que estão se formando ganham bolsa para fazer um curso de pós-graduação na AEDB no ano seguinte.
Na segunda-feira, dia 19, houve a entrega do 26º Prêmio Antonio Esteves a 47 alunos da AEDB que tiveram a maior média anual em 2017, em cada série dos 18 cursos de graduação das Faculdades Dom Bosco. “Esta premiação contempla aquele universitário que, além de ser um estudante aplicado, participa ativamente da vida acadêmica, com espírito de liderança, sendo um elemento aglutinador em sua turma”, comentou o vice-presidente da AEDB, Professor Antonio Carlos Esteves. A solenidade no auditório da AEDB contou com a presença da direção das Faculdades Dom Bosco, além dos coordenadores dos cursos de graduação, professores convidados, familiares e amigos dos alunos premiados.