BARRA MANSA
Os barra-mansenses acordaram nesta quarta-feira com a triste notícia do falecimento do presidente do Grêmio Barra-mansense de Letras (Grebal), Rozan Silva, de 50 anos, ocorrido na noite de terça-feira, dia 28. Rozan Silva, que fazia parte da equipe de colunistas do jornal A VOZ DA CIDADE era um dos maiores incentivadores da Cultura no Sul Fluminense. Seu corpo foi velado na Loja Maçônica: Independência e Luz, no Centro – ao lado da Igreja Matriz de São Sebastião. O enterro aconteceu às 15h30min, no Cemitério Municipal de Barra Mansa.
Rozan deixa um filho de 18 anos. Ele estava internado no Hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, há cerca de 40 dias cuidando de problemas relacionados ao coração. Na segunda-feira, dia 27, ele passou por um procedimento cirúrgico onde foi realizada a substituição de uma válvula cardíaca. Segundo os parentes, ele se manteve forte dentro do quadro e começou a se debilitar na semana da Feira de Negócios do Sul Fluminense (Flumisul), no início de agosto.
GRANDE LACUNA
O A VOZ DA CIDADE conversou com a vice-presidente do Grebal, Natália Faria, que, sentida, mencionou que Barra Mansa perdeu um grande incentivador da cultura. “Ele sempre foi uma pessoa muito especial, esteve sempre aberto para diálogo e muito atencioso. Perdi um grande amigo. Rozan era um homem muito culto. Incentivador da cultura. Foi uma grande perda pra toda a região Sul Fluminense, principalmente para Barra Mansa”, defendeu Natália, dizendo que ele também fez parte da Academia de Letras e da Academia Barra-mansense de História. “Ficaremos com uma grande lacuna. Ele era uma pessoa muita amada e nos seus dois anos na presidência do Grebal, foi sempre muito produtivo e se destacou em realizações grandiosas no grêmio, visando sempre sua melhoria”, concluiu a vice-presidente, destacando entre elas a reforma do auditório, o aumento expressivo no número de associados, realizações de sarais, clubes de leitura, cursos de poesia e prosas, entre outros.
O amigo, Gentil Filho, tesoureiro do Grebal, leva consigo boas recordações de Rozan. Ele diz que o conheceu há cerca de 20 anos e que conseguiu o seu primeiro emprego no Grebal, de bibliotecário. “Ele a deixou (biblioteca) impecável. Ele sempre dava o seu melhor em tudo e tornava o que conduzia sempre com excelência. Foi um homem sempre muito atuante e chegou a presidência do Grebal com louvor, por mérito”, confessou o tesoureiro.
Gentil menciona algumas qualidades que definiam a personalidade do presidente do Grebal. “Para defini-lo em poucas palavras, posso o descrever com a palavra gentileza. Pureza de alma. Amigo especial. Quem o conheceu sabe que só saia palavra positiva dele, coisas boas. Sempre foi uma pessoa conciliadora. Reforço o que disse a Natália, ele deixa uma lacuna para a cultura de Barra Mansa”, completa.
HISTÓRIA
Rozan Silva nasceu em 3 de maio de 1968, em Barra Mansa, filho de Euro Rodrigues da Silva e Ermelina Ribeiro Pereira. Cursou o primário na Escola Doméstica Cecília Monteiro de Barros, o Asilo das Órfãs, dirigido na época pela irmã Ruth.
Em 22 de setembro de 1994, ingressou na Maçonaria, pela Loja Maçônica Barão de Teffé, em Itaguaí. Em 1996 buscou novos ares, mudando-se para Londres, onde residiu grande parte daquele ano.
Em 5 de setembro de 2000 ingressou no Grebal, adquirindo o Título de Benemérito. Desde 2004 é o mestre de cerimônias do Grêmio, sendo o atual presidente. Ingressou na Academia Barra-mansense de História em 2000, levado pelos amigos e irmãos José Gentil Filho e Alan Carlos Rocha, em sessão solene realizada no Colégio Estadual Washington Luiz. Ocupa na ABH a cadeira nº 12, cujo Patrono é Antônio Leite Ribeiro de Almeida. Foi presidente da Academia Barra-mansense de História por oito anos, e, em 28 de julho de 2006, fundou, junto com os Acadêmicos, o jornal “Memória Barra-mansense”. Em 2007 fez parte, representando a ABH, da comissão para as comemorações do Sesquicentenário de Barra Mansa e da Curadoria do Museu da História da cidade, que foi inaugurado no dia 15 de outubro.
PREFEITURA
Em nota, a Prefeitura de Barra Mansa lamentou a enorme perda do escritor grebalista Rozan Silva, frisando que ele desenvolveu um brilhante trabalho junto a Academia Barramansense de História e ao Grêmio Barramansense de Letras e “sua morte deixa uma grande lacuna na área da cultura e da história do município”.