BARRA DO PIRAÍ
Anderson Quintanilha, de 32 anos, procurou o A VOZ DA CIDADE hoje para informar que o corpo de sua filha, Julia Laport, de dez anos, encontrado em uma mala há sete meses em Ipiabas, será enterrado na cidade na próxima segunda-feira. A mãe da menina, Cristiane Laporte, de 28 anos, principal suspeita do crime e que permanece presa, será julgada na próxima terça-feira, dia 27, às 10 horas. Já Ramon Manuel, de 20, padrasto da criança, responde em liberdade. A data inicial do julgamento era segunda, 26, mas foi alterada.
Segundo Anderson, na certidão de óbito da criança, feita antes do resultado do exame de DNA, a menina constava como indigente, o que atrapalhou o enterro. Ontem, ainda segundo ele, foi dada a autorização que faltava do juiz e ele conseguiu fazer as alterações necessárias no documento, dando entrada no Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
O enterro acontecerá no Cemitério Recanto da Paz, às 14 horas. O velório acontecerá na capela ao lado, a partir das 13.“Alivia a família toda. É uma notícia triste e boa ao mesmo tempo. Tira um peso das nossas costas e ela vai poder descansar”, diz o pai.
PRIMEIRA AUDIÊNCIA
Cristiane e Ramon no dia 15 de abril chegaram a participar de uma audiência de instrução e julgamento para produção de provas testemunhais por ocultação do cadáver da criança. A audiência fez parte do processo de número 000037432-2019.8.19.0006 e aconteceu durante no Fórum de Barra do Piraí, pelo juiz da 2° Vara Criminal, diante do inquérito apresentado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPERJ). O corpo da menina foi encontrado em janeiro em Ipiabas, em um terreno, próximo a casa do padrasto. A mãe responderá ainda por abandono de incapaz.
A pena de Cristiana pode chegar a 25 anos, por ocultação e abandono, podendo dobrar se comprovado participação na morte. A pena de Ramon por ocultação de cadáver pode chegar a 12 anos, também acrescido se for constatado que houve participação na morte da criança.
O CASO
Cristiana foi presa em janeiro após o encontro de uma ossada de uma criança dentro de uma mala, no dia 21 do mesmo mês, em Ipiabas. O pai, que estava com uma medida protetiva e não podia se aproximar da ex-mulher, junto com familiares, procuraram a polícia após desconfiarem das desculpas, evitando que a menina fosse vista. A mulher usava como pretexto que a menina estava debilitada, acamada, devido a uma doença rara que tratava, conhecida como síndrome de West – caracterizada por crises epiléticas e dificuldade de locomoção. J.L teria, segundo as investigações, morrido há cerca de seis meses antes do encontro do corpo.