ANGRA DOS REIS
Com dois anos de funcionamento, o Centro Oncológico Christiane Jordão, em Angra dos Reis, realizou 2.117 atendimentos, sendo 1.700, só no último ano. Sendo assim a unidade quadruplicou os números se comparando com o primeiro ano em atividade. O espaço foi inaugurado em 29 de setembro de 2020 com a finalidade de evitar que os moradores de Angra dos Reis precisassem buscar tratamento em outras cidades.
O Centro Oncológico de Angra dos Reis completa seu segundo ano de atuação com a realização de mais de 150 cirurgias e 2.500 sessões de terapia, quimioterapia e hormonioterapia. Cumprindo os objetivos para os quais foi desenvolvido, o Centro garante atualmente o primeiro agendamento com prazo entre 14 e 21 dias, tempo de espera muito inferior ao previsto em lei, que é de 60 dias.
AGILIDADE GANHOU MAIS DESTAQUE
Segundo informou o diretor de Atenção Oncológica, o fisioterapeuta Nicolas Aprigio Koenigkam Soares, no segundo ano de funcionamento da unidade, a agilidade ganhou ainda mais destaque. “Isso aconteceu por causa da ampliação do sistema de prontuário eletrônico da rede de saúde de Angra dos Reis”, informou o diretor, destacando que o investimento em tecnologia vem fazendo diferença.
Nicolas e a equipe de profissionais destacam que o diferencial não está nos números da unidade, necessariamente e que tudo começa pela confiança.
Leonardo Soares de Souza, médico oncologista, de 37 anos, vem toda segunda-feira do Rio para Angra para atender seus pacientes. Desde março integrando a equipe da unidade, ele explicou que a relação com os pacientes sempre leva em conta a questão do bem-estar. “A confiança do paciente no profissional médico é muito importante, é preciso haver uma relação de confiança para que o tratamento transcorra da melhor forma e ele esteja sempre à vontade para trazer ao médico suas dúvidas e Sentimentos”, contou.
O médico lembrou que a parte mais especial é a confiança, sem dúvida, que um paciente coloca no médico. “Essa confiança vem também com o carinho. Considero muito valioso ter essa relação médico-paciente. Sempre abordo o bem-estar, a tolerância ao tratamento nas consultas”, declarou o profissional.
Os pacientes que chegam ao Centro são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (ESFs), portas de entrada prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS) e Unidades Referenciadas (CEMs), compostos geralmente por especialistas, após a realização dos exames de diagnóstico, incluindo a biópsia.
DIAGNÓSTICO
Quando recebeu o diagnóstico do câncer de mama, em 2019, Launia Jaqueline da Silva, de 54 anos, já conhecia os efeitos que tumores podem causar. Ela acompanhava de perto os tratamentos do pai e da sogra, que vieram a falecer quase na mesma época. Sem tempo para viver o luto, ela deu início à luta pela própria vida e passou a sair de casa, na Monsuaba, em Angra, para Volta Redonda, onde começou a passar pelas sessões de quimioterapia, atravessando inclusive o período da pandemia. “Não poupo elogios ao atendimento que recebi, mas os deslocamentos eram cansativos e estressantes”, declarou.
Com a inauguração do Centro Oncológico, Launia, que já havia passado então por uma cirurgia para a retirada de parte da mama e por sessões de radioterapia, passou a ser atendida da unidade. Acabei a radioterapia e em janeiro de 2021 comecei a fazer a hormonioterapia no centro, por um tempo estimado de 10 anos – tratamento que busca inibir o crescimento do câncer pela retirada do hormônio da circulação. No primeiro mês, fazia exames de 30 em 30 dias, com todos sendo feitos aqui, como exame de sangue, raio-x, tomografia e intravaginal, o que é muito bom. Fiquei surpresa, porque precisei fazer uma videohisteroscopia, e fui atendida aqui, pela rede – explicou a servidora pública.
CADA PACIENTE É ÚNICO
A experiência de atravessar qualquer doença é única para cada paciente, mas os sintomas mais comuns e conhecidos entre eles mostram que o conforto, o acolhimento e o afeto, precisam fazer parte da rotina. Para os profissionais de oncologia, a gestão emocional das situações que envolvem o tratamento, a troca de informações e o contato com os pacientes é imprescindível. E faz diferença.
– Criamos vínculos reais. Os pacientes chegam emocionalmente debilitados, em uma fase vulnerável. Nós estamos com eles diariamente, por um bom tempo, então essa troca precisa fazer parte. Acolhimento, respeito aos sentimentos empatia. Nós os conhecemos pelos seus nomes. Quando acaba, eles sempre voltam para nos visitar – explica o enfermeiro Cristiano Alves da Silva, de 36 anos, coordenador-técnico.
AGILIDADE NOS RETORNOS
No Centro Oncológico Christiane Jordão, um total de 457 prontuários foram abertos desde a inauguração, dos quais 324 estão ativos em 2022, ou seja, com os pacientes realizando algum tipo de tratamento ou acompanhamento.
Entre eles, um ponto positivo apontado com frequência é a agilidade nas respostas para os pedidos de marcações de exames e realizações de procedimentos. Coordenadora de Atenção Oncológica, Aline Muniz Machado Jorge explica, orgulhosa, que todos os pacientes saem do Centro com as datas já agendadas, entregues por ela, em mãos, sempre que preciso. O orgulho, aliás, com que fala sobre o trabalho e a relação com os pacientes faz parte de toda a conversa com a moradora da Nova Angra, de 31 anos. “Eles ficam impressionados com a rapidez na hora de agendar tudo, mas com o tempo de tratamento, vão se acostumando. A dedicação dos profissionais aos pacientes é motivo de orgulho. São pessoas prestando atendimento para outras pessoas. Isso é levado muito a sério aqui”, concluiu.
Família de Volta Redonda lança campanha para conseguir cadeira de rodas para o filho de dois anos
Na segunda-feira, 5, a família do bebê Luiz Carlos Azevedo da Costa, que completou dois anos no último dia 26, residente no bairro Santo Agostinho, em Volta Redonda, iniciou uma campanha para a arrecadação de lacres de latinhas. O objetivo é juntar 770 garrafas pet cheias com lacres de latinha de alumínio, ou seja, meia tonelada, para conseguir uma cadeira de rodas postural para o menino. A criança, segundo a mãe, a dona de casa Márcia Aparecida Azevedo da Silva, de 22 anos, foi diagnosticada, no nascimento, com paralisia cerebral devido à falta de oxigênio.
Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE na tarde de ontem, Márcia, que tem outra bebê de um mês, contou que ela teve uma gestação de gêmeos sem qualquer alteração ou problemas, mas que somente poucos dias antes do parto, ela passou mal e teve que ser encaminhada as pressas para o Hospital São João Batista (HSJB), onde o bebê nasceu. Ela explicou ainda que, uma cesariana teve que ser realizada com urgência, já que ela estava com contração, mas, não tinha dilatação.
UM DOS BEBÊS SEM VIDA
Disse ainda a dona de casa que, no momento do parto, a médica que a atendeu verificou que um dos bebês já estava sem vida e outro, Luiz Carlos, que conseguiu sobreviver à falta de oxigênio, nasceu e foi direto pra Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu por um período. “Apesar de toda a dificuldade, o meu filho tem realizado trabalhos de reabilitação que lhe auxiliam na recuperação dos movimentos inferiores e superiores, como hidroterapia na Apadefi de Volta Redonda”, contou a mãe, ressaltando que o bebê segue também recebendo o acompanhamento através da Prefeitura de Volta Redonda com o método conhecido como PediaSuit, uma abordagem holística para tratamento de indivíduos com distúrbios neurológicos, como a paralisia cerebral.
Ainda de acordo com a mãe de Luiz Carlos, o menino precisa muito de uma cadeira de rodas postural, que custa em média R$ 3 mil. Segundo ela, a família do menino descobriu que, com a arrecadação dos lacres, é possível conseguir a cadeira com a ONG One By One, do Rio de Janeiro. “Como a ONG ajuda crianças com alguma dificuldade motora ou neurológica, tivemos a idéia de lançar a campanha para conseguir a cadeira para o Luiz Carlos, mas também para outras crianças”, contou Márcia, lembrando que marido dela, Carlos Henrique, de 38 anos, foi quem gravou um vídeo com o filho, no lançamento da campanha, fazendo um apelo para população ajudá-los.
770 GARRAFAS PARA UMA CADEIRA DE RODAS
Ela ainda ressaltou que, através dos lacres de latinha, a ONG consegue reverter em cadeira de rodas. “E como já expliquei, para conseguir a cadeira, necessitamos de arrecadar 770 garrafas pet com lacres, ou seja, meia tonelada”, relatou, lembrando que desde o início da campanha, as pessoas estão participando bastante e muitas estão oferecendo até dinheiro para adquirir a cadeira de forma mais rápida, mas ainda não temos a conta. “Estamos pensando nisso”, completou a dona de casa, informando que para fazer as doações e ajudar o bebê, a pessoa interessada deve entrar em contato com a família pelos telefones 99952-5322 ou 99823-0486 ou levar os lacres na Loja Sara, localizada na Rua Rio Negro, 165, no bairro Água Limpa, de segunda-feira à sábado, das 8h30min às 18h30min, e aos domingos das 8h30min às 12h30min. Fica em frente à Drogaria Retiro. O material pode ser entregue para Aline ou Ronaldo Xupetinha.
ONG ONE BY ONE
A ONG One By One, do Rio de Janeiro, que troca a cadeira de rodas por 770 lacres de latinhas de alumínio, ou seja meia tonelada de pets de dois litros, quantidade para a construção de uma, ajuda centenas de crianças com alguma dificuldade motora ou neurológica. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que tem como meta proporcionar inclusão social para crianças de baixa renda com necessidades especiais. Como primeiro passo, oferece mobilidade através da doação de cadeiras de rodas sob medida.
A missão da Ong é proporcionar a inclusão social de crianças e adolescentes com necessidades especiais, através da mobilidade adquirida por cadeira de rodas sob medida, das aulas de estimulação e arte, da orientação e apoio família. E desde 2004, a Ong já fez a doação de 900 cadeiras.
O QUE ACONTECE COM O SEU DINHEIRO
Em relação ao dinheiro doado à Ong, é destinado para compra de cadeiras de rodas, cadeiras de banho, projetos de Arte e Estimulação e para manter a ONG One By One. Quando a pessoa doa, o dinheiro é enviado diretamente para conta da ONG One By One na Caixa Econômica Federal. Lá a doação vai ser adicionada a outras até que se chegue a um montante suficiente para a compra de no mínimo dez cadeiras. As encomendas de cadeiras são sempre feitas de dez em dez unidades. O fornecedor, além de conferir as medidas, porque cada cadeira é produzida e adaptada de acordo com a necessidade de cada criança, também fornece assistência técnica e manutenção necessárias. Não é lenda urbana. De lacre em lacre, uma cadeira de rodas faz uma criança mais feliz.