SUL FLUMINENSE
Os motoristas dos municípios da região acompanham com atenção a provável crise que assombra o mercado internacional do setor petrolífero. Após os ataques de drones dos rebeldes iemenitas contra refinarias na Arábia Saudita, no dia 14, os países que importam barril de petróleo daquela região vivem o receio de que a produção baixe e com isso o produto fique escasso e com alto valor de mercado. A Companhia de Petróleo Aramco, da Arábia Saudita, inclusive já admitiu que terá que reduzir sua produção pela metade. A coalizão liderada pela Arábia Saudita conduz a luta no Iêmen e existe a suspeita de que os artefatos utilizados sejam oriundos do Irã. Americanos e sauditas analisam a situação e uma possível retaliação ampliaria a instabilidade no mercado.
De antemão, desde o fim de semana os ataques provocaram a disparada nos preços do petróleo no mercado internacional. Especialistas acreditam ser cedo para projetar o impacto nos preços dos combustíveis em solo verde e amarelo, mas com o barril elevando a cotação, a medida seria praticamente certa pela Petrobras para adequar valor de mercado. Com a redução da produção da saudita Aramco, a oferta de petróleo no mercado mundial pode sofrer uma queda de até 5% e o barril pode ser negociado em torno de US$ 20. “Esse mercado é uma engrenagem e uma crise ou até mesmo conflitos naquela região terão reflexos mundiais. O Brasil importa petróleo e pode sim ter impacto direto na gasolina e óleo diesel. Eu soube que na abertura do mercado de Londres (ING) nesta segunda-feira, a cotação do barril chegou a quase US$ 72. Uma alta de 20%, superando a alta em uma sessão desde 1991, quando houve a Guerra do Golfo Pérsico onde EUA lideraram a força de coalizão para libertar o Kwait, então invadido pelo Iraque de Saddam Hussein”, afirma
Segundo Prado, se houver novos tempos de guerra naquela região, a economia nacional pode sentir reflexos. “Por outro lado, é preciso lembrar que o Brasil tem o pré-sal e pode sair beneficiado no fim dessa tensão no Oriente Médio”, comenta. Além da cotação do petróleo mundial, os combustíveis sofrem influencia do câmbio. “Barril em alta e dólar elevado podem complicar a vida do brasileiro”, projeta.
DE OLHO NA BOMBA
Na região tem consumidor já atento aos valores nas bombas, abastecendo previamente temendo reajuste. “Vi o noticiário e acredito que pode sim subir. No Brasil tudo sobe, mesmo sem crise, sem justificativa. Imagina agora com a petrolífera sendo atacada? Coloquei mais gasolina do que abasteço e vou torcer para que não suba”, comenta o diretor comercial Gabriel Maciel.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a gasolina comum tem preço médio nacional de revenda em R$ 4,310 com elevação no período de 8 a 14 de deste mês, em 0,28% após três semanas consecutivas de baixa. Na Região Sudeste, o Rio de Janeiro tem a gasolina a preço de revenda praticado em R$ 4,789/l e o preço de distribuição em R$ 4,280/l. Já o diesel S500 teve o preço médio de revenda avançado em 1,11%, sendo comercializado a R$ 3, 562 o litro. No Rio de Janeiro, o valor é de R$ 3,571/l para revenda. “Gasto muito com gasolina e não quero ver o preço subir. Torço para que o mercado financeiro fique em paz. Mas, de antemão, já coloquei R$ 70 a mais no tanque hoje”, afirma o receoso industriário, Wagner Carvalho.