VASSOURAS
A inauguração do Museu Vila de Vassouras, na cidade de Vassouras, no Vale do Paraíba, RJ, está prevista para setembro de 2022, mas o site dedicado ao espaço já está no ar. Um site em construção para um museu em construção. A ideia inovadora é que todo o processo de elaboração do museu – as obras, os rascunhos do arquiteto, as relações com a comunidade, as pesquisas na história, a memória, as identidades da gente do Vale, os eventos culturais, a formatação do conteúdo – seja acompanhado e compartilhado passo a passo. Um museu não é feito apenas daquilo que guarda, mas também do que espalha.
O site tem páginas dedicadas à obra, aos trabalhos acadêmicos e um blog com matérias jornalísticas sobre tudo o que interessa do passado, presente e futuro da região do Vale do Café – além de uma belíssima galeria de fotografias que mostram o processo de restauração do prédio, os achados arqueológicos e a evolução da obra que está transformando um casarão de 1853 no novíssimo Museu Vila de Vassouras.
O prédio, adquirido pelo Instituto Vassouras Cultural em 2017, foi erguido para ser o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vassouras e desde 1910 funcionava como o Asilo Barão do Amparo. O tempo, o descaso e, finalmente, um incêndio de grandes proporções, em 2011, deixaram o imóvel em condições precárias, com ameaça de desabamento. Desde 2019, quando foram iniciadas as obras, o sentimento de abandono vai sendo substituído pela expectativa do que virá pela frente.
“O dia a dia dos trabalhos, a opinião técnica, os desafios da restauração, as epifanias da arquitetura, a distribuição dos espaços internos, a elaboração do acervo, as ideias para futuras exposições — os visitantes do site poderão acompanhar de perto tudo o que cerca a criação de um equipamento cultural de grandes proporções, que deixará um extraordinário legado na região”, conta Renato Lemos, editor do site.
Um legado que já pode ser vislumbrado com a restauração do Memorial Judaico, nos jardins do casarão. Uma história fascinante – relatada em uma matéria no blog do site – que conta a saga de Benjamin Benatar, comerciante de origem judaica que, no século XIX, driblou a intolerância religiosa e conseguiu ser enterrado, como judeu, no território cristão da Santa Casa de Misericórdia. Seu jazigo só foi descoberto em meados da década de 1980 e depois transformado em um memorial – com paisagismo de Burle Max – que, após restaurado, estará aberto à visitação pública.
Isso é só uma parte das muitas histórias que o Museu Vila de Vassouras irá contar.
Para aqueles que gostam de acompanhar tudo ainda mais de perto, as redes sociais do museu também já estão no ar, recortando em pílulas o conteúdo do site e trazendo, quase em tempo real, o dia-a-dia da obra.
NAS REDES
Site: https://museuviladevassouras.org.br/
Facebook: @museuviladevasssouras | Instagram: @museuviladevassouras