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Sem Spoiler – Pânico 6

Por Carol Macedo

Ghostface está de volta, mas será que vem algo novo ou é só mais do mesmo? Vem saber o que eu achei!

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Por Yuri Melo 

O sexto capítulo de uma das franquias mais amadas do terror slasher chegou e prometeu ser algo bem diferente do que já vimos até aqui, com um trailer onde o vilão dizia “eu não sou igual aos outros” o longa dirigido pela dupla Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin jogou a responsabilidade lá em cima!

Dessa vez a trama se passa em uma cidade grande, Nova York, e isso abre grandes possibilidades para os diretores explorarem novos desafios e soluções que um lugar superpopuloso trás, e em toda campanha de marketing o filme explorou muito essa ideia, com cenas em metros, universidades cheias e lojas, confesso que fui pego pela empolgação, até por ser fã da franquia. Mas essa ideia ficou no marketing mesmo, na pratica o roteiro mal usou a ideia de “cidade grande” restringindo os personagens a lugares fechados e vazios, e muito pouco a cidade em si, além disso, já respondendo minha pergunta inicial a direção optou pelo mais e maior, ou seja, mais do mesmo! No começo o filme é surpreendente e nos mostra algo muito diferente, ao ponto de eu ficar realmente surpreso e pensar “opa tem coisa nova ai”, mas os diretores pareciam só querer mostrar que eles podiam fazer algo diferente, mas não quiseram fazer, quase que como esfregando na nossa cara “olha eu podia fazer algo novo, mas não vou não, vou no seguro mesmo”. Mas isso quer dizer que eu não gostei do filme? De forma alguma!

Foto: Divulgação

Mesmo andando por caminhos seguros a direção é hábil em criar um ambiente de tensão e medo, como se qualquer um pudesse morrer a qualquer momento, inclusive como no último filme, um personagem destrincha as regras de uma sequência e verbaliza a vulnerabilidade dos personagens. Tudo isso cria aquele clima gostoso da franquia Pânico que tanto amamos, a narrativa tem aquele ar nostálgico noventista e consegue nos prender do começo ao fim, ela nos convida a investigar junto com os personagens e tentar descobrir quem é, ou são, os assassinos, e confesso que eu não consegui e fui pego de surpresa no final, o que eu amei!

A dupla de protagonista que vem do filme cinco da franquia é sem dúvida a cereja do bolo, Jenna Ortega e Melissa Barrera se apropriaram muito das personagens e conseguiram fazer essa troca de bastão de um jeito maravilhoso. Sem dúvida com destaque para Jenna, nossa Waldinha, que está se consagrando como uma das grandes atrizes dessa geração. Ela tem uma atuação intensa e verdadeira que não foge pra caricatura, como poderia acontecer, e nem fica querendo replicar as protagonistas antigas, ela tem personalidade e força própria. Além delas, todos cumprem bem os papeis, não senti nenhum personagem sobrando ou nenhuma atuação muito destoante, tirando no ato final do filme, onde descamba para uma galhofa muito grande, fazendo com que o ou os vilões assumissem papeis extremamente caricatos.


Foto: Divulgação

O roteiro da dupla James Vanderbilt e Guy Busick faz bem a transição para o novo filme, trazendo os traumas do passado e amarrando as tramas, mas peca em não usar a nova ambientação e também abusa das conveniências, principalmente com o nosso ghostface, que consegue se teletransportar para os lugares e abusando de algumas burrice de personagens para que a narrativa se movimente, mas nenhum desses detalhes é capaz de estragar a experiência, são apenas tropeços, no todo o filme flui bem e nos envolve com o que está acontecendo, muito, volto a dizer, pelo carisma das protagonistas.

A fotografia do filme é excelente, aproveitando bem os espaços para criar a tensão de onde o ghost vai aparecer, deixando a cena correr quando preciso e usando e abusando da sanguinolessencia tão presente na franquia! O som faz muito bem seu papel, principalmente os sons diegéticos, que são aqueles que os personagens também escutam, como sons de telefone, ossos quebrando e carne sendo cortada, mas a trilha também é muito eficaz em nos prender no suspenso do filme, sabendo muito bem quando aumentar e quando se calar, sem ficar usando dos famosos jump-scare pra apelar!

Pânico 6 é um filme slasher que tem consciência disso e brinca com as conveniências desse gênero. Fez algo diferente e surpreendente? Não. Mas fez um excelente filme do gênero que sem dúvida está entre os melhores da franquia.

Vale o valor do ingresso!

Foto: Divulgação

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