RIO/VOLTA REDONDA
Nesta segunda-feira, dia 13, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância indiciou por crime de racismo o segurança, de 41 anos, de uma loja de luxo de um shopping no Rio de Janeiro, contra o jogador do Voltaço, Guilherme Quintino. Em junho deste ano, o atleta denunciou à Polícia Civil ter passado por constrangimento ao lado da namorada, ao ser abordado por um segurança do estabelecimento, que estava cheio, de forma ríspida.
O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPRJ) não informou se o funcionário foi denunciado a Justiça. Na ocasião, o segurança negou o fato e nesta segunda-feira, sua defesa ainda não havia se manifestado, até a publicação desta reportagem.
Guilherme, que já atuou na base do Flamengo e do Botafogo, contou que estava passeando com a namorada no Rio de Janeiro e que estiveram em um shopping da Zona Sul. Disse que foi abordado de forma ríspida, estava saindo de mãos vazias, e que se sentiu constrangido e acuado na situação”.
O crime ocorreu dia 18 de junho deste ano, e Guilherme estava acompanhado da namorada. Na loja, eles se separaram. Ele olhava peças no setor masculino e ela no feminino, estando com a ecobag da loja (uma bolsa, do tipo cesta onde os clientes colocam os produtos escolhidos). Em seguida eles se encontraram e a jovem entregou a ecobag à Gulherme, que desistiram de comprar os produtos. Ele então a colocou em uma arara de roupas, e se caminharam até a saída, onde foram abordados. Guilherme foi questionado sobre os produtos e disse que explicou sobre a desistência de comprar os itens, contando que deixou a ecobag no local. Ele disse que durante a abordagem, que durou cerca de 40 minutos, e sob constrangimento, precisou ir mostrar onde deixou a bolsa com as peças. Ele disse ainda que mesmo mostrando, teve que aguardar, pois os funcionários do local foram conferir se estava faltando algum produto.
O jogador contou ainda na época que a namorada dele gravou a ação, e questionava o porquê da abordagem, já que Guilherme estava saindo do local de mãos vazias. Que não recebiam respostas e que parecia que o segurança estava recebendo instruções de uma outra pessoa pelo telefone. Ele contou ainda que percebeu deboche por parte dos funcionários e que até os clientes que estavam no local ficaram constrangidos com o episódio, e que alguns até foram embora sem concluir as compras. Muitos prestaram solidariedade.
O casal foi embora. Mas a namorada do jogador voltou pouco tempo depois e solicitou falar com o gerente da loja. Ela o questionou sobre o episódio. Disse que aguardou retorno dele por 20 minutos, que ficou de ver as imagens, e que voltou sem respostas.
Guilherme registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
Na ocasião, a loja disse que iria apurar o ocorrido; já o BarraShopping, também se manifestou por nota e disse que condenava qualquer tipo de descriminação e que ajudaria nas investigações da Polícia Civil.