VOLTA REDONDA
Na tarde de quinta-feira, 29 de junho, a Câmara de Vereadores foi notificada a respeito da decisão judicial que afastou por 180 dias do cargo o vereador Vander Temponi Faria (PTB), por suspeita de ‘rachadinha’. Em seu lugar deverá assumir Sebastião Leite, primeiro suplente do partido nas eleições de 2020. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, disse que ainda não foi comunicado sobre como será o processo para sua posse, mas destacou que aguardará até segunda-feira, 3, para tomar providências.
A decisão de afastamento foi do juiz da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, Alexandre Abrahão Dias Teixeira, após processo aberto pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
Leite destacou que aguarda a comunicação do presidente da câmara, vereador Paulo Conrado, a respeito de quando será a posse. Para isso, deverá ser convocada uma sessão extraordinária, visto que o Legislativo entrou no seu recesso do meio do ano na quinta-feira. “Vamos esperar contato. Se houve decisão de afastamento por parte da Justiça, cabe a Mesa Diretora chamar o primeiro suplente. Se isso não acontecer será outro encaminhamento de minha parte, vou acionar o Tribunal Regional Eleitoral e informar a vacância do cargo e pela lei a vaga precisa ser preenchida”, apontou, informando que o presidente foi comunicado da decisão judicial às 13h14min do dia 29, com a notificação da decisão.
Sebastião Leite ocupou o cargo de vereador por dois anos em 2006, quando Neuza Jordão deixou a câmara para ser secretária de Saúde. Atualmente trabalha na Prefeitura de Volta Redonda. É assessor consultivo da Secretaria de Infraestrutura. Engenheiro elétrico, contou que fez todo o projeto de troca de LED na cidade. Das 28.548 lâmpadas já foram trocadas cerca de 14 mil. A previsão é que o trabalho termine em dezembro, gerando uma economia de R$ 900 mil aos cofres públicos mensalmente. A economia hoje já está em R$ 496 mil.
O presidente da Câmara de Volta Redonda, vereador Paulo Conrado, foi procurado pelo A VOZ DA CIDADE ontem. Ele confirmou que a câmara foi notificada no final da tarde de ontem, que está aguardando orientação da procuradoria jurídica da Casa Legislativa.
SUSPEITA DE RACHADINHA
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com processo contra o vereador Temponi. Ele informou que identificou pelo menos 47 ocorrências de repasses de servidores ao vereador entre janeiro de 2021 e julho de 2022, e o órgão afirma que ele liderava esquema de ‘rachadinha’.
O MPRJ diz que além do parlamentar, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo envolvimento no esquema e responderão pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e usurpação de função pública.
Na decisão judicial tomada nessa semana, o juiz teria apontado que Temponi teria estruturado uma organização criminosa para proporcionar o desvio de grande volume de dinheiro público. “Isso era feito mediante a tomada sistêmica da maior parte do salário de servidores nomeados em seu gabinete, com entrega pessoal de valores em espécie, transferências em favor do próprio vereador ou a terceiros com quem Temponi mantinha compromissos. Ainda de acordo com a denúncia, os servidores ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil dos mais de R$ 7 mil que recebiam oficialmente a título de salário”, aponta o MPRJ, completando que a denúncia encaminhada aponta que o vereador praticou por diversas vezes o delito de lavagem de dinheiro com intuito de ocultar e dissimular a origem dessas remunerações que eram desviadas.
Em resposta, o vereador Temponi disse que aguardava seu advogado tomar ciência do processo para se manifestar.
