A Justiça da Suíça revogou o efeito suspensivo concedido a Paolo Guerrero e o jogador ficará fora dos gramados até abril do ano que vem. Como se recorda, o peruano estava condenado e suspenso das atividades de atleta por 14 meses, após ter dado positivo seu exame antidoping em novembro de 2017.
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Usando jargão do excelente narrador esportivo Osmar Santos, Guerrero deve ter chutado o boné do guarda, virado o balde de leite e pisado nos tomates. Tudo ao mesmo tempo. Só essa sequência de desastres explica porque o artilheiro ganha ficha suja perto do final da carreira.
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Guerrero jura de pés juntos, que não se dopou. Perdoe-me o leitor a insistência em lembrar jargões, mas não resisto. É que na época da inquisição, no caso de um suposto crime contra a religião, a pessoa era torturada sendo as mãos e os pés amarrados juntamente, como uma forma de ser forçada a dizer somente a verdade.
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Guerrero diz que ele, sua mãe e familiares estavam no salão de um hotel em Buenos Aires quando lhes serviram, espontaneamente, refresco de aniz trazido numa jarra. A declaração faz supor que seu copo estivesse mal lavado ou o refresco batizado. Assim, teria feito uso de doping sem desejar ou saber.
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O argumento parece fantasioso, mas estamos em tempos surrealistas. Que o diga o episódio do ex-espião russo e sua filha, envenenados com um pó imperceptível colocado no banco de praça pública onde estavam sentados.
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Penalizados com o fato de a punição impedi-lo de participar da Copa do Mundo deste ano, que foi sua primeira e última, deram a Guerrero um brinde de consolação com o efeito suspensivo que agora está sendo revogado. Resta ao craque cumprir o purgatório e mandar às favas o primeiro engraçadinho que lhe oferecer refresco de aniz.
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Isaquias Queiroz venceu ontem final do Campeonato Mundial de canoagem de velocidade em Montemor-o-Velho, Portugal, cravando tempo de 1m49s203. Como também conquistou os mundiais de 2013 e 2014, ele agora é tricampeão da modalidade. Com o novo ouro, Isaquias chega a oito medalhas em Mundiais. Além dos três ouros no C1 500m (2013, 2014 e 2018), ele tem outro no C2 1000m, conquistado em 2015. As outras medalhas são de bronze: no C1 1000m em 2013 e 2017, no C1 200m em 2015 e no C2 200m, em 2014. Em Montemor-o-Velho, o brasileiro pode ampliar a coleção, uma vez que está na final do C1 1000m e disputa hoje as baterias classificatórias do C2 500m.