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Fotos:Rumeana jahangir/BBC/YouTube
Dia 29 de dezembro, o mundo do futebol estará recordando com tristeza o falecimento do Pelé, um cidadão da paz, um atleta leal. Infelizmente, na atualidade que vivemos, a paz está perdendo para a violência. Violência cada vez mais agressiva entre líderes políticos, facções criminosas e muitas pessoas. De ambos os sexos.
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Generalizada, a violência também tem cometido pênaltis no cenário do futebol, antes, durante e depois dos jogos, com frequentes embates raivosos entre algumas torcidas organizadas. Gente insensível ao valor do esporte mais popular do mundo como gerador de diversão, alegria, paixão e confraternização.
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O Futebol, comemorado em fragmentos ao longo do ano, tem um conjunto de emoções. O Natal, comemorado em um único dia, cristaliza emoções em doce período de confraternizações, mensagens, presentes, reflexões. O Natal é um dia santificado cristão, mas é comemorado por muitos não cristãos. Na beleza dos seus símbolos, Natal e Futebol até já interromperam conflitos sangrentos.
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Em dezembro de 1914, milhares de soldados alemães, franceses e britânicos lutavam nas frentes de batalha na Bélgica e na França. Nas congeladas trincheiras, separados por uma pequena distância de 270 metros entre as trincheiras, alemães e ingleses trocavam tiros, bombas, lança-chamas, insultos e ameaças. Nesse cenário de violência, na véspera de Natal, surgiram luzes de velas e pequenas árvores acima das trincheiras alemãs que passaram a cantar canções natalinas.
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De repente, os ingleses também passaram a cantar e a troca de tiros parou imediatamente. No dia seguinte, 25 de dezembro, soldados ingleses e alemães deixaram suas trincheiras, se abraçaram, trocaram comidas, presentes e jogaram uma animada partida de futebol. O Futebol e o Natal consolidaram uma atmosfera fraterna, amenizando a crueldade da guerra, facilitando a trégua momentânea na dolorosa primeira guerra mundial.
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No dia 4 de fevereiro de 1969, o time do Santos, bicampeão mundial, tricampeão sul-americano, pentacampeão do Torneio Rio-São Paulo, hexacampeão brasileiro, escalado com Cláudio, Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo e Negreiros; Edu, Toninho Guerreiro, Pelé e Abel, fez uma partida de exibição na Nigéria.
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Naquela época a Nigéria vivia uma intensa guerra civil, com mais de meio milhão de mortos. O dia do jogo foi uma terça-feira, mas o país parou, a guerra parou para ver e aplaudir, em paz e com alegria, a beleza do futebol dos jogadores do Santos e a magia que nascia espontânea nos pés e gingados de um craque famoso, nosso saudoso Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o rei do futebol.
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Que o Natal e o Futebol nos inspirem, a todos, a uma saudável fraternidade.
