A partida desta quarta-feira – Flamengo x Boa Vista – que será exibida exclusivamente pela FlaTV, é um soco direto no queixo da Rede Globo de Televisão. Há muitos anos liderando as negociações para as transmissões dos jogos de futebol, a Globo alcançou tal hegemonia que os clubes se transformaram em meros parceiros de pires nas mãos.
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Insatisfeitos, há anos os clubes imaginam fórmulas, como foi a do Clube dos 13, para interromper a desigual relação. A recente Medida Provisória do Presidente da República, permitindo ao clube mandante negociar livremente a exibição do seu espetáculo, resolve o problema por um tempo. Mas, se o Congresso aprovar a MP de Jair Bolsonaro, um novo ciclo começará em definitivo.
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Com as recentes conquistas, dentro e fora do campo, o Flamengo estaria voando em céu de brigadeiro, caso já tivesse resolvido os problemas causados pelo incêndio no Ninho do Urubu. Como não resolveu, irá responder na justiça pela autoria de crime doloso, com envolvimento de quatro diretores e quatro terceirizados.
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Os familiares de Arthur Vinicius – atleta de Volta Redonda que faleceu no incêndio um dia antes de comemorar seu aniversário de 15 anos – e os familiares dos seus companheiros vitimados estão sendo tratados de forma constrangedora, como se a vida daqueles garotos fosse mero artigo de consumo que não existe mais no almoxarifado do clube.
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Alex Zinardi continua em coma induzido no Hospital Universitário de Siena. Recordando, em 2001 o ex-piloto de Fórmula 1 teve as duas pernas amputadas, depois de um acidente no circuito da Alemanha. Zinardi não parou, mas se reinventou tornando-se atleta paralímpico.
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Pilotando o guidon de um triciclo já conquistou quatro medalhas de ouro e duas de prata, competindo nas paralimpíadas em Londres e no Rio de Janeiro. Esta semana, durante uma etapa das provas de paraciclismo, em Pienza, na Itália, descontrolou-se na curva e chocou-se fortemente em um carro parado no acostamento. Exemplo de obstinação, o estado de Alex Zinardi é grave.
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Outro exemplo de persistência vem da Fórmula 1. Ao contrário do que se imagina, o campeoníssimo Lewis Hamilton veio de família pobre. Chegou onde está por esforço próprio e pelo talento. Aliás, os prateados carros da Mercedes que ele dirige vão trocar de cor. A partir do próximo domingo serão pintados de preto marcando posição contra o racismo.